O exemplo de Ronaldo

Carlos Pinto

director do correio alentejo

Há um velho ditado popular que nos lembra sempre que “santos da casa não fazem milagres”. Que é como quem diz que o que é nosso nunca é valorizado. Bons, bons são mesmo aqueles que vêm de fora e que nada nos dizem em termos de proximidade ou de afecto. Mal os conhecemos mas rapidamente nos rendemos a eles, “enfeitiçados” sabe-se lá pelo quê e para quê. E isto sucede em todos as áreas, estejamos no litoral ou no interior.
Vem este preâmbulo a propósito das recentes façanhas de Cristiano Ronaldo: venceu a terceira Liga dos Campeões em quatro anos (decidindo a final), foi de novo o melhor marcador da competição, ultrapassou os 600 golos como profissional e está a caminho de mais uma Bola de Ouro… Mas mesmo assim são muitos os que em Portugal o desdenham. Seja pela namorada escultural, pelo discurso com gafes gramaticais, pelos carros de luxo que conduz ou pelos milhões que recebe. Ninguém elogia, por oposição, a dedicação, o empenho, o sacrifício e, sobretudo, a ambição que sempre tem demonstrado ao longo da carreira.
É por isso que Cristiano Ronaldo deve ser um exemplo em Portugal e para os portugueses. E não apenas para aqueles que gostam de futebol. A perseverança, a vontade de quebrar barreiras, o desejo de estabelecer novos limites que sempre manifestou devem inspirar-nos a todos, sejamos empregados de mesa ou empresários agrícolas. Se assim for, muito melhor irá ser o país. Pena é que haja sempre quem prefira ficar à mesa do café, a apontar o dedo e à espera que as coisas aconteçam…

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