O Bloco de Esquerda e o exercício da NATO

Carlos Pinto

director do correio alentejo

Numa altura em que se fala muito de e do futuro, o Bloco de Esquerda (BE) de Beja decidiu regressar ao… passado! E vai daí emitiu um comunicado onde tece duras críticas à presença de tropas estrangeiras na região, no âmbito do exercício militar da NATO “Trident Juncture 2015”, cuja segunda fase arrancou esta semana e inclui novamente manobras na capital do Baixo Alentejo, nomeadamente na Base Aérea 11.
No comunicado emitido pela Coordenadora, o BE de Beja manifesta “o mais profundo desagrado pela realização dum exercício da NATO” na cidade, sobretudo por a Organização do Tratado do Atlântico Norte ser, na sua opinião, “o símbolo da submissão da Europa aos ditames dos EUA e o seu braço armado na disputa imperial com a Rússia”. Os bloquistas de Beja vão mais longe e afirmam ainda que o povo português, “já fustigado pela austeridade, dispensa jogos de guerra como o ‘Trident Juncture 2015’”, sendo “um desperdício inadmissível de recursos, particularmente inoportuno durante a formação do novo governo”.
Lido apenas este segundo parágrafo, parecemos estar de regresso à época da Guerra Fria e da “cortina de ferro” que na Europa separava o Ocidente do Leste. Mas muito mudou (no país e no mundo) desde 1989 e com a queda do muro de Berlim. E apesar de serem legítimas as convicções ideológicas dos bloquistas, a posição assumida pela sua Coordenadora em Beja parece totalmente desfasada do tempo. Sobretudo numa altura em que o Bloco de Esquerda pode estar a caminho de integrar o governo de Portugal, país plenamente integrado… na NATO.

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