Quando alguém nasce, nasce selvagem, assim começa uma das canções da minha vida da autoria dos Delfins.
Resgato-a para começar esta crónica e para lhe acrescentar uns quantos pós.
Quando há 43 anos, um punhado de gloriosos soldados nos devolveram a liberdade, esta trazia consigo um importante adereço. Chamava-se…voto. E com ele a capacidade de alterarmos o nosso futuro colectivo.
Esse voto, caso fosse o nosso desejo, seria utilizado quando e em quem nós entendêssemos em consciência. Até aqui tudo bem. O problema é quando algumas, para não dizer todas as forças políticas, no-lo reclamam como se fora sua propriedade.
Tu pertences a ti, não és de ninguém, é o que diz a letra da canção mais adiante.
Existem forças políticas – especialmente uma do nosso espectro – que incute nos que a deixam de a apoiar uma certa segregação, uma determinada ostracização, procurando silenciá-los, denegrindo-os ou mesmo apelidando-os depreciativamente de vira-casacas.
Na minha óptica, pior que virar a casaca é manter a casaca quando esta já não lhe serve.
O Homem é por si um ser em evolução e com o avançar do tempo, do pensamento ou do vislumbre de outros horizontes, é natural que mude de opinião. Diria mais.
A coerência reside em se ser verdadeiro para consigo. Que as suas ideias reflictam a actualidade do seu pensamento e que o seu voto seja utilizado em concordância com o seu modo de pensar.
Outra coisa que me preocupa é o totalitarismo. Não gosto de totalitarismos sejam eles quais forem. O que sei é que desaguam quase sempre em bullying político sobre outras forças a concurso, nomeadamente aquando da formação das respectivas listas.
Dou como exemplo Castro Verde, onde a maior força opositora, o Partido Socialista, estranhamente, não conseguiu convencer um único trabalhador da autarquia a participar nas suas listas, revelando assim uma postura que me surpreende e me deixa a matutar na saúde democrática deste concelho.
Para mim, isto é o reflexo desse totalitarismo alicerçado em mais de quarenta anos de domínio absoluto. Desse bullying de pancadinha nas costas, onde esta, será mais das vezes de aviso que de conforto.
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