Há verdades que não se podem subscrever!

António José Brito

director do correio alentejo

Na última reunião da Assembleia Municipal de Castro Verde, os eleitos do Partido Socialista apresentaram uma moção onde defendem a finalização das obras da auto-estrada Sines/Beja (A26) e reivindicam o recomeço imediato das obras do IP2 entre Castro Verde e Évora.
A moção foi aprovada por maioria, com oito abstenções – uma do único eleito do PSD, que parece ser muito normal, e sete de eleitos da CDU naquele órgão. Ou seja, há pelo menos sete autarcas comunistas no concelho de Castro Verde (entre eleitos na Assembleia Municipal e presidentes de Junta de Freguesia) que fazem sobrepor aos interesses do concelho uma leitura política meramente partidária!
E porquê? Porque a justificação para a abstenção dos eleitos da CDU, nalguns casos expressa através de declaração de voto, assentou no facto de a primeira parte do texto da moção referir que o Baixo Alentejo, “em função da vontade política e de uma estratégia clara de desenvolvimento” de governos do PS, ter visto avançar o projecto do Alqueva, a construção do aeroporto de Beja, os centros de saúde de Almodôvar e Aljustrel, os novos edifícios para a ESTIG de Beja, as requalificações de várias escolas em toda a região, o investimento na rede viária regional, como a EN 123 (Castro Verde-Mértola) ou o troço do IP2 entre Castro Verde e a auto-estrada Lisboa – Algarve, que privilegiam o concelho de Castro Verde!
Os eleitos do PS explicaram que foi este contexto de desenvolvimento que permitiu fazer avançar a auto-estrada Sines/Beja (A26) e as obras do IP2 entre Castro Verde e Évora! Mas, perante estes factos verdadeiros e inquestionáveis, mais de metade dos eleitos da CDU que estavam presentes, deram a entender que era presunção e não ficava bem ao PS falar da obra feita. Só por isso, abstiveram-se!
Num concelho onde a maioria CDU na Câmara Municipal tem uma das mais poderosas máquinas de propaganda e controlo político, não deixa de ser extraordinário que, confrontados com a necessidade de exigir e protestar contra um Governo que está a causar graves prejuízos ao concelho e à região, os eleitos da CDU, com o notório apoio do presidente da Câmara Municipal, tenha actuado deste modo.
Os actos ficam com quem os pratica e, por isso, não queremos deixar de destacar a atitude responsável dos cinco eleitos da CDU que souberam pôr os interesses do concelho à frente da estrita visão partidária. Entre eles, a própria presidente da Assembleia Municipal, Fernanda Espírito Santo, que votou a favor da moção.
Em suma, para nós parece óbvio que muitos dos actuais eleitos da CDU têm de fazer um esforço para abandonar a visão exclusivamente partidária que tantas vezes coloca o PCP acima de Castro Verde.

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