O despovoamento e a desertificação dos territórios do interior são problemas de “grande monta” que afetam quase todas as regiões em Portugal há décadas. A falta de oportunidades e de investimentos têm levado, progressivamente, ao êxodo da população para os grandes centros urbanos e para o litoral.
Esta realidade é especialmente evidente no Alentejo, onde o envelhecimento da população conjugado com a falta de dinamismo económico tem vindo a acentuar um cenário extremamente preocupante.
As disparidades regionais, que evoluem desde os anos 1960, nunca foram corrigidas e, passadas seis décadas, é preciso acentuar uma reflexão séria acerca deste tema, que nos convoca a todos. É preciso que os atores políticos, nos quais as autarquias locais devem desempenhar um papel central, sejam coordenados e coloquem em prática uma estratégia clara, com vista ao urgente repovoamento de todo o território nacional.
Essa estratégia deve ser sustentada (e bem articulada!) com uma aposta inequívoca e contínua na melhoria da qualidade de vida das populações e na implementação de políticas públicas de qualificação e desenvolvimento territorial.
Em Castro Verde, nos últimos cinco anos, temos vindo a trabalhar nessa ideia, dentro das limitações próprias que qualquer autarquia encontra, desde logo na relação com um Estado burocrático e historicamente centralista.
Trabalhamos diariamente para construir as melhores soluções e respostas para a população do concelho. O desenvolvimento de um território assenta na articulação de diversas ações e, por isso, o nosso Município tem uma estratégia bem definida na educação e na cultura; no desenvolvimento empresarial e na ação social; nas acessibilidades, na conservação da natureza, ambiente ou no turismo.
Agimos num contexto global, estruturado e com visão de conjunto. Contudo, sabemos bem que há pilares nessa intervenção que são fundamentais! Nada é desarticulado e desintegrado. A nossa ver, toda a conjugação desta ação permitirá o surgimento de um ambiente mais propício ao investimento, à criação de emprego e à fixação de população.
Damos dois exemplos concretos que, articulados, permitirão alcançar esses dois objetivos estratégicos:
1. A requalificação em curso da Escola Secundária, cujo investimento rondará 4,4 milhões de euros, criará condições letivas de grande qualidade para toda a comunidade educativa e, estamos certos disso, afirmará Castro Verde como “centro educativo e de formação” de todo o território do Campo Branco (concelhos de Castro verde, Aljustrel, Almodôvar e Ourique).
2. Castro Verde tem no seu território a Somincor, que é a maior empresa do Alentejo. Isso, só por si, representa muito daquilo que é a nossa atividade económica, com mais de 2.500 trabalhadores, muitos deles altamente qualificados. A criação da Zona Empresarial em Castro Verde vai, certamente, acolher os efeitos dessa dinâmica e, consequentemente, diversificar a atividade económica. Com mais de 2,5 milhões de euros de investimento do Município, felizmente esta infraestrutura já está praticamente concluída,
Estes exemplos muito expressivos, a que poderiam juntar-se muitos outros (cultura, saúde, acessibilidades), mostram bem o caminho que estamos a trilhar. O Município de Castro Verde está a fazer a sua parte para contrariar o destino e cumprir o futuro da nossa terra.