As últimas sondagens não auguram grandes mudanças na relação que os portugueses mantêm com a política e, sobretudo, com os políticos. Nas últimas eleições presidenciais e legislativas, ambas realizadas em 2011, a taxa de abstenção foi de 53,48% e 41,93%, respectivamente. Valores bastante elevados (e preocupantes) que poderão ser ainda maiores nos actos eleitorais previstos para o final do Verão (legislativas) e início de 2016 (presidenciais) e que devem suscitar, desde já, uma grande reflexão entre todos, dos que são eleitos aos que elegem.
Diz-se com frequência – e erradamente – que a política está descredibilizada. Mas o que realmente perdeu credibilidade foi a forma como alguns a praticam, abrindo campo para que muitos começassem a encarar todos os políticos como alguém cujo fim último é remediar-se e garantir uma vida estável à custa de ordenados pagos pelos impostos do Estado – visão para a qual muito contribui uma certa imprensa nacional, que toma a árvore pela floresta e molda a opinião de grande parte dos portugueses sem que estes questionem o que estão a ler ou ouvir: fixam o título da notícia e está feito!
Perante esta realidade, é inegável a necessidade de mudanças em Portugal. Em primeiro lugar, de atitude por parte de todos os cidadãos, que têm de uma vez por todas assumir as suas responsabilidades enquanto parte integrante da comunidade em que vivem, ao mesmo tempo que devem ser cada vez mais exigentes e interventivos junto aqueles que escolhem por voto secreto. E em segundo lugar – e talvez mais importante – no seio do próprio sistema político, por forma a que este seja menos burocrata e permita que nos vários níveis de governação haja um maior relacionamento com a sociedade civil além das tradicionais duas semanas de campanha de quatro em quatro anos.

Francisco Orelha candidato do PS à Câmara de Cuba
O antigo autarca socialista Francisco Orelha, que liderou a Câmara de Cuba entre 1997 e 2013, vai voltar a ser o candidato do PS neste