Cinco municípios do distrito de Portalegre reduziram, nos últimos meses, as facturas energéticas em cerca de “60%”, depois de aderirem ao projeto ZEroCO2, iniciativa promovida pela Comissão Europeia.
Em declarações à Agência Lusa, Tiago Gaio, da Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo (AreanaTejo), entidade parceira do projecto, mostra-se “satisfeito” com os resultados obtidos com o plano de poupança energética, que termina no final deste mês.
Aderiram ao projecto, que conta também com a participação da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), os municípios de Alter do Chão, Avis, Gavião, Marvão e Sousel.
De acordo com Tiago Gaio, o projeto ZEroCO2 é financiado em 75 por cento pelo Programa de Cooperação Transnacional do Espaço Mediterrâneo (MED) da Comissão Europeia, envolvendo parceiros públicos e privados de vários países, tais como Grécia, Espanha, Itália e Portugal.
No âmbito do projecto, os municípios aderiram ao “Pacto de Autarcas”, iniciativa também promovida pela Comissão Europeia e que tem como objectivo atingir as metas da estratégia 20/20/20 para 2020, estando em curso vários planos de acção para o desenvolvimento de energias sustentáveis.
“Uma outra medida também importante foi a implementação de sistemas de energias renováveis que permitam atingir parte dos resultados, destacando-se a instalação de sete sistemas solares e de um de biomassa em oito edifícios dos municípios envolvidos”, explica.
De acordo com Tiago Gaio, ao implementarem as medidas, os municípios alentejanos investiram cerca de “200 mil euros”, sendo este investimento “inerente” à redução do consumo de energia fóssil superior a “80%”.
“Os municípios reduziram a sua factura energética nestes oito edifícios em aproximadamente 60% com a implementação deste projecto de energias renováveis, o que resulta, mais ou menos, numa poupança anual na ordem dos 45 mil euros”, indica.
Para Tiago Gaio, o período de retorno do investimento será de aproximadamente “quatro anos e meio”, mas, com a comparticipação do programa comunitário, vai sofrer uma redução “significativa”.
Em declarações à Lusa, o presidente da CIMAA, Armando Varela, diz esperar que, no futuro, o distrito de Portalegre venha a “diminuir ainda mais a factura energética”, acreditando que até 2020 sejam investidos cerca de “100 milhões de euros” naquele território para atingir estes objectivos.
O presidente da CIMAA espera ainda que os restantes 10 municípios do distrito de Portalegre venham a aderir a este tipo de iniciativa, com o objectivo de “garantir” os fundos comunitários para que, até 2020, os investimentos a nível de eficiência energética possam atingir os 100 milhões de euros.
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