A Câmara de Castro Verde defende a utilização de verbas do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020 para apoiar os agricultores penalizados pelo incêndio de 13 de Julho, que se queixam de “muitos prejuízos”. Segundo adianta ao "CA" o presidente da Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB), com sede em Castro Verde, o incêndio causou "enorme transtorno financeiro" às explorações agro-pecuárias afectadas.
“Foi um incêndio que deixou muitos prejuízos. Arderam muitas pastagens e agora os produtores têm de procurar alternativa para alimentar o gado. Ou levam o gado para outro lado ou, se não tiverem, têm de comprar pastagem”, diz José da Luz Pereira.
A contabilização dos estragos materiais causados pelo fogo consta de um relatório que o Município de Castro Verde elaborou com os contributos da AACB e da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), tendo já sido apresentado ao Ministério da Agricultura.
Segundo o presidente da autarquia, António José Brito, as chamas devastaram 2.433 hectares em 13 explorações agropecuárias no concelho, afectando, sobretudo, pastagens e restolho e destruindo mais de mil fardos de palha, além de palha por enfardar e vedações.
No relatório, a autarquia recorda que a zona do Campo Branco, que abrange os concelhos de Castro Verde e Almodôvar e parte dos de Aljustrel, Mértola e Ourique, “desde há muito se destaca pelo exercício de uma atividade agrícola amiga do ambiente, mas, por essa via, penalizada no seu rendimento quando comparada com outras regiões do país”.
“Neste quadro, não obstante os apoios existentes, a ocorrência de eventos como o de dia 13 de Julho atinge fortemente o ténue equilíbrio económico das explorações”, pode ler-se no relatório.
Desta forma, a Câmara de Castro Verde defende no documento “ser necessário olhar com atenção para a realidade actual destes agricultores, procurando, através dos mecanismos já existentes, ou a criar, apoiar na minimização da situação adversa em que actualmente se encontram, nomeadamente através do PDR 2020 – Medidas 3, 6 e 7”.
Para António José Brito, esta era uma forma “de os agricultores directamente penalizados pelo incêndio serem apoiados para minorar os graves prejuízos, numa região onde a agricultura, por via da seca e das condições difíceis do sequeiro, tem graves problemas”.
“A concretização destes apoios potenciaria, igualmente, um ambiente propício a uma mais rápida recuperação do potencial produtivo agora perdido, assim como para um mais rápido recobro do potencial turístico associado à prática agrícola amiga do ambiente”, acrescenta o autarca.
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