A Federação dos Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) apela ao Governo para que o Estado possa passar a suportar na íntegra os custos da aquisição da vacina contra o vírus da língua azul para ovinos.
Em comunicado, a FAABA indica que “a vacina recentemente disponibilizada é muito cara e os custos de aquisição e de aplicação estão a ser suportados integralmente pelos produtores”.
Esta situação contrasta com o que “acontece em outros países comunitários, como, por exemplo, em França e Espanha, onde o Estado suporta na íntegra a aquisição da referida vacina”, acrescenta a federação.
Nesse âmbito, “parece-nos de elementar justiça esperar, com brevidade, por parte da nossa administração, igual tratamento ao dos nossos colegas espanhóis e franceses”, argumenta a FAABA, realçando “a relevância da ovinicultura na estruturação e economia dos territórios, nomeadamente nas zonas do interior, mais frágeis do ponto de vista social e económico, e o potencial destrutivo desta nova crise sanitária”.
“Em Portugal e apesar da gravidade da situação, o Governo não manifestou, até agora, qualquer intenção de apoiar a produção a suportar estes prejuízos e custos acrescidos”, pode ler-se no documento.
No comunicado, a FAABA revela ter já enviado uma carta ao ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, a manifestar “séria preocupação” em relação às consequências da “progressão acelerada de um novo serotipo do vírus da Febre Catarral Ovina, o serotipo 3, também conhecida como língua azul”.
Segundo a federação, “os prejuízos causados à produção são muito consideráveis e decorrem da significativa mortalidade de ovinos, cuja taxa aumentou mais de 50% face ao período homólogo do ano passado”.