Venda de borregos está a aumentar no Campo Branco

A venda de borregos no Campo Branco está a “aumentar muito”, mas os produtores da região não estão a ganhar mais devido aos impactos da seca e ao crescimento dos custos associados aos fatores de produção.

Em declarações ao “CA”, o presidente do conselho de administração do agrupamento de produtores pecuários “Carnes do Campo Branco”, com sede em Castro Verde, revela que já foram vendidos “entre 12.000 e 15.000 borregos”, até porque “agora é sempre época alta, pois a maior parte dos borregos vai para fora”.

Segundo António Lopes, o preço pago aos produtores “anda nos 3,40 ou nos 3,50 euros”, um aumento face a 2021 que, ainda assim, “não consegue acompanhar os aumentos das rações”.

“Só para se ter uma ideia, esta semana a ração para borregos de engorda subiu mais de 100 euros por tonelada. E a dos borregos pequeninos subiu uns 130 euros por tonelada. E depois há os outros fatores de produção! Ou seja, não estamos a ganhar mais do que no ano passado”, afiança António Lopes.

Custos que se acentuam devido à seca, o que faz com que ainda hoje haja “animais a comer à mão” nas explorações agropecuárias da região. “Não havendo chuva não há comida espontânea e é isso que nos causa problemas”, frisa António Lopes.

Tudo isto faz com que a carne de borrego seja cada vez mais cara em Portugal. “O borrego está com preços que não é para a carteira de todos. O borrego é a ‘lagosta’ da carne e a nossa sorte é a exportação”, observa o presidente da administração das “Carnes do Campo Branco”.

De acordo com António Lopes, a produção de borregos no Campo Branco – que abrange os concelhos de Castro Verde, Aljustrel, Almodôvar, Mértola e Ourique – destina-se, sobretudo, para Israel, mas também para países como Itália ou França, beneficiando Portugal da saída do Reino Unido da União Europeia.

Ainda assim, o presidente do agrupamento de produtores afiança que “a maior parte dos ganhos não fica na produção”, mas sim “na mão dos intermediários, que é quem ganha com o negócio”.

E porquê? “Porque nós não somos unidos, é cada um por si. […] Nós na produção é que devíamos meter os borregos no barco, mas estamos dependentes dos intermediários. Isto só se resolvia se as pessoas fossem unidas e começassem a encaminhar os borregos para estas organizações”, conclui.

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Correio Alentejo

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