Treinador do Almodôvar diz que equipa tem “os pés bem assentes no chão”

Apesar do complicado arranque de campeonato, o técnico do Desportivo de Almodôvar, Marco Hortense, diz ao “CA” ter confiança na sua equipa, que em 2022-2023 vai lutar apenas pela manutenção.

Nos jogos já disputados o Desportivo de Almodôvar defrontou aqueles que são, aparentemente, os principais candidatos à subida (FC Castrense, Aljustrelense e Moura AC, além do Despertar). É isso que justifica a vossa classificação atual, com apenas três pontos?

Sim, talvez! Mas aliado a isso também tivemos vários condicionantes, nomeadamente jogadores que estavam a aguardar para ser inscritos, algumas lesões, castigos da época transata… Foram vários condicionantes, mas já conseguimos ter as coisas mais ou menos alinhavadas e penso que agora começamos a ter uma equipa mais homogénea para fazer face ao campeonato e alcançar resultados positivos.

O Desportivo de Almodôvar entrou em 2022-2023 num novo ciclo, com nova direção, nova equipa técnica, plantel renovado… Quais as ambições da equipa?

Realmente é tudo novo e tudo leva o seu tempo a construir. Mas não vou estar a mentir: somos uma equipa modesta que vai tentar fazer o melhor campeonato possível. Não há forma de entrar em loucuras, pois não temos um plantel vasto, mas sim reduzido, e as aquisições vieram praticamente das segundas divisões distritais… Portanto, temos de ter os pés bem assentes no chão e tentar o melhor possível.

Ou seja, será um Desportivo de Almodôvar a lutar apenas pela manutenção?

Sim, passa por isso. Também queremos consolidar a equipa, que tem alguns jovens misturados com muita experiência. Temos uma equipa praticamente nova e isto leva o seu tempo.

“Não há forma de entrar em loucuras, pois não temos um plantel vasto, mas sim reduzido. Portanto, temos de ter os pés bem assentes no chão e tentar o melhor possível.”

Sentiram dificuldades em “fechar” o plantel?

Falando em termos gerais, não está fácil montar plantéis [na 1ª divisão distrital]. Cada vez mais noto menor compromisso dos jogadores, derivado à nossa região viver também muito da atividade mineira. Os trabalhos são por turnos e os jogadores não se querem comprometer. Por isso vemos uma grande 2ª divisão distrital! Ou seja, os jogadores gostam de futebol, mas não têm forma de assumir um compromisso, porque a vida pessoal também não lhes oferece as condições necessárias para isso. Portanto, preferem treinar apenas uma vez por semana e depois irem ao ‘joguinho’, para não perderem aquele ‘bichinho’. Mas numa 1ª divisão distrital um compromisso assim é mais difícil. É por isso que acho que, neste campeonato, se torna difícil adquirir jogadores.

Em relação ao campeonato distrital da 1ª divisão, na sua generalidade, o que espera?

Acho que vai ser um campeonato competitivo. Não vejo é um candidato ‘esclarecido’, digamos assim. Há três equipas com mais qualidade que as restantes, mas tudo muito tabelado…

Ou seja, sente que apesar de terem mais qualidade, esses três “candidatos” podem perder pontos com qualquer uma das restantes equipas?

Exatamente.

O modelo de campeonato em duas fases agrada-lhe?

Se fosse como acontecia no Campeonato Nacional de Seniores, em que na segunda fase os pontos eram divididos, não me parecia correta e não refletia o que se tinha passada na primeira fase. Neste modelo, mantendo as equipas os pontos [conquistados na primeira fase], penso que se adequa, não tenho nada contra.

Regressa a Almodôvar depois de ter passado pelo comando técnico do FC Castrense, onde não foi feliz, e pelos juniores do Ferreirense, onde foi campeão distrital. Este passo representa uma aposta na sua afirmação como treinador?

Abracei este desafio por ser, desde logo, um clube por qual nutro carinho, onde passei cinco ou seis épocas [como jogador]. Achei que era uma mais-valia, apesar de saber todas as dificuldades que ia encontrar. Mas isto faz parte do nosso crescimento, que provém das dificuldades, e em Almodôvar há bastantes. A margem de crescimento é grande e a minha carreira como treinador é curta, por isso preciso é de adquirir conhecimentos, de errar para aprender e assim crescer.

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Correio Alentejo

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