Um subempreiteiro arrancou parte da calçada que tinha colocado num passeio na Salvada, concelho de Beja, em protesto contra a falta de pagamento do trabalho, revelou esta terça-feira, 9, o próprio, que agora vai aguardar mais alguns dias pelo dinheiro.
“Fui buscar as pedras que não consegui pagar ao fornecedor, porque também ainda não me pagaram a mim os cerca de 22 mil euros que me devem”, justificou à Agência Lusa Roosevelt Fernandes, da empresa Romocalçadas.
Em causa estão as obras de requalificação da Avenida 25 de Abril, na Salvada, adjudicadas pela Câmara Municipal à Aquino Construções S.A., que subcontratou a Romocalçadas.
Segundo Roosevelt Fernandes, a Aquino Construções, que se encontra actualmente “em processo de insolvência”, não lhe pagou o trabalho efectuado porque, frisou, também esta empresa “não foi paga pela Câmara” de Beja.
Assim, o subempreiteiro, com mais dois trabalhadores, apresentou-se sábado passado, dia 6, na Salvada e, com picaretas, arrancou uma parte da calçada que já tinha colocado “há cerca de oito meses atrás”, em protesto contra a falta de pagamento.
O presidente da Junta de Freguesia de Salvada, Sérgio Engana (CDU), explicou à Lusa que foi alertado para a situação por vários moradores da terra, que assistiam à retirada da calçada.
“Desloquei-me logo ao local para tentar dissuadir o subempreiteiro e fiz alguns telefonemas que permitiram a suspensão dos trabalhos de remoção da calçada”, contou.
Contactado pela Lusa, o Município de Beja recusou comentar o caso, enquanto a Aquino Construções confirmou estar em insolvência e não se encontrarem responsáveis na empresa para prestar esclarecimentos.
