O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) faz um balanço “bastante positivo” da greve realizada, na quarta e quinta-feira, nas minas de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde.
“O balanço é bastante positivo e chegámos a muita gente que queria ser esclarecida”, diz ao “CA” o coordenador do STIM, Albino Pereira.
A greve de duas horas no início de cada turno nas minas alentejanas de Neves-Corvo foi convocada, em 03 de julho, pelo STIM, para exigir “um aumento salarial nunca inferior a 100 euros com retroativos a janeiro de 2023” para os trabalhadores da empresa.
Em causa estava o facto da empresa concessionária de Neves-Corvo, detida pela multinacional Lundin Mining, ter concedido este ano “um aumento de apenas 2% ou 36 euros” aos trabalhadores, entre outras reivindicações.
Segundo Albino Pereira, a paralisação permitiu “chegar a uma grande maioria dos trabalhadores e passar a informação pretendida”.
“Até porque esta greve não era de paralisação, ma sim para chegarmos aos trabalhadores, pois o patronato impediu-nos de o fazer”, acrescenta.
Questionado sobre os números da adesão à greve, o coordenador do STIM diz não ter “dados concretos”. “Não andávamos à procura de números, mas sim de falar com as pessoas, até porque não queríamos ferir a empresa em termos de prejuízo”, sublinha.
Contactada pelo “CA”, fonte oficial da Somincor revela que, “nos dois dias, a adesão [à greve] variou entre 2% e 2,6%”.
Desde 2017 que não se registava uma greve nas minas de Neves-Corvo, mas agora o coordenador do STIM admite que a luta pode vir a “endurecer”.
“Admitimos fazer uma paralisação geral”, afirma Albino Pereira, considerando que os trabalhadores da empresa concessionária têm sido “desrespeitados”. “Há empresas dentro da mina que deram aumentos de 300 ou 125 euros [aos seus colaboradores] e na Somincor os trabalhadores receberam apenas um aumento de 36 euros”, justifica.