Os trabalhadores da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, cumprem nesta quinta-feira, 20, o segundo de dois dias de greve nas primeiras duas horas de cada turno, para exigir aumentos salariais.
Em declarações ao “CA” na tarde de quarta-feira, 19, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), Albino Pereira, afiançou que a paralisação estava a ter “uma boa adesão”.
“A greve está a correr bem e o pessoal tem cumprido com o que propusemos aos trabalhadores”, disse o dirigente sindical, sem avançar com o número concreto de trabalhadores que aderiram ao protesto.
A greve nas minas de Neves-Corvo foi convocada, a 3 de julho, pelo STIM, para exigir “um aumento salarial nunca inferior a 100 euros com retroativos a janeiro de 2023” para os trabalhadores da empresa.
Em causa está o facto da empresa concessionária, detida pela multinacional Lundin Mining, ter concedido este ano “um aumento de apenas 2% ou 36 euros” aos trabalhadores, acrescentou na altura o coordenador do sindicato.
O STIM exige também que sejam revistas a segurança e condições de trabalho, as progressões na carreira, as anuidades, os subsídios de fundo, de transporte, de apoio escolar e à habitação, e os prémios de passagem à reforma.
O caderno reivindicativo do sindicato inclui ainda a concessão de “mais um dia de compensação” aos trabalhadores das lavarias, a criação de um balneário para as mulheres “com condições dignas” e que os dias de Carnaval, Páscoa e aniversário sejam considerados feriados.
Segundo Albino Pereira, os pressupostos que motivaram a convocatória da greve continuam a ser os mesmos, uma vez que não se registou qualquer contacto entre a empresa e o STIM desde então.
“[A Somincor] parece não ter vontade de negociar com os trabalhadores”, criticou.