Rui Rio ou Pedro Santana Lopes? Ambos foram autarcas e deputados, mas só um irá suceder a Passos Coelho na liderança do PSD, cujas eleições directas estão agendadas para este sábado, 13. No distrito de Beja são 358 os militantes laranja em condições de votar e poder escolher o seu candidato favorito, com as opiniões a dividirem-se.
De um lado está Rui Rio, economista e antigo presidente da Câmara do Porto. Para o seu mandatário distrital, Rio é o homem certo para trazer “sangue novo” e ser “uma lufada de ar fresco” que a política portuguesa necessita numa altura em que é tão “mal vista”.
“Ele é visto como um político com seriedade, uma pessoa pragmática, frontal, e as pessoas não estão habituadas a isso. Mas penso que é isso que faz falta! Tanto a nível interno, como para o próprio país, [Rui Rio] é aquilo que todos precisamos”, sublinha Gonçalo Valente.
Do outro lado da “barricada” surge Pedro Santana Lopes, que ex-autarca, ex-secretário de Estado, ex-primeiro-ministro e até há pouco provedor da Misericórdia de Lisboa. “É um político que tem estado sempre um passo à frente do seu tempo”, observa o seu mandatário distrital, garantindo que Santana é também o único que apresenta “uma visão para o país que é para o todo nacional”.
Mas Mário Simões vê ainda em Santana outras qualidades que fazem dele, na sua opinião, o melhor candidato a liderar o PSD: por ser “um político que desde sempre assumiu todos os desafios que o PSD lhe lançou”, por nunca ter tido momentos de “confrontação” com o partido – “sobretudo quando o PSD era Governo” –, e por transportar consigo “o ADN que Sá Carneiro deixou quando fundou o PPD”.
Unir o partido
É entre estes dois homens que os militantes do PSD vão ter de decidir nas eleições de sábado. Mas no dia seguinte, seja qual for o vencedor, o objectivo será, na opinião dos respectivos mandatários distritais, o mesmo: unir o partido e apontar mira às próximas Legislativas.
“Há que arrumar a casa primeiro, para que depois, todos juntos, possamos abraçar o desafio seguinte que será a vitória nas Legislativas de 2019. Penso que Rio tem de munir-se das bases motivadas, pois só dessa forma é que conseguiremos mostrar e provar que somos a melhor solução para governar o país”, advoga Gonçalo Valente.
Já Mário Simões espera que, caso Santana Lopes ganhe, seja capaz de “renovar o partido” e “materializar” a sua matriz social-democrata. “Como ele costuma dizer, ter ‘um PSD mais PPD’. E nós temo-nos esquecido um pouco desta nossa vertente: um partido interclassista, humanista e reformista”, conclui.