Ruben Vaz. “FC Castrense não é candidato ao título”

Ruben Vaz 2022

O técnico do FC Castrense promete uma equipa a jogar um futebol ofensivo em 2022-2023, mas descarta uma candidatura ao título distrital. O grande objetivo é mesmo voltar a vencer a Taça do Distrito de Beja, diz Ruben Vaz em entrevista ao “CA”.

Com que ambição parte o FC Castrense nesta temporada de 2022-2023?

A ambição é sermos competitivos em todos os campos e pensar sempre nos três pontos. É claramente isso que queremos. Mas não somos um candidato ao título, porque nós – direção e equipa técnica – achamos que estes projetos não se fazem do dia para a noite. Perdemos muitos atletas, entraram 12 jogadores e os plantéis demoram tempo a construir, as épocas são muito longas e o pormenor faz a diferença. Por isso, primeiro queremos criar um grupo forte, uma equipa coesa e trabalhar semana a semana. E quando estiverem reunidas as condições, pensar sim em assumir uma candidatura [ao título]. Mas ainda não esta época.

Mas tem noção que, entre as outras equipas, o FC Castrense surge como um dos grandes candidatos à subida?

Claramente que sim, pela história que o clube tem, pela dimensão que tem em títulos ganhos e porque nos últimos anos tem sido uma referência no distrito. Temos essa noção, mas a verdade é que, olhando para as últimos épocas, o ano passado fizemos 4º lugar, antes um 6º e um 5º lugar… Não podemos passar logo de um 4º lugar para o primeiro. Era bom que assim fosse e se acontecer será espetacular, mas temos a noção que isso é difícil.

Terminaram a última temporada com a conquista da Taça do Distrito de Beja e da Supertaça Distrital. Essas conquistas podem “embalar” a equipa neste arranque de época?

Claro que isso conta e conseguimos manter ainda 10 atletas da época passada. E quanto mais experiência competitiva eles têm a esse nível – até nós enquanto equipa técnica – mais preparados estamos para esse tipo de jogos. É claro que estamos todos mais preparados e a experiência nesses jogos é sempre um ponto positivo. Mas volto a dizer: tivemos muitas entradas e muitas saídas [no plantel]… Pensamos em títulos, a Taça do Distrito de Beja é um objetivo, pois dá acesso à Taça de Portugal, que é bom para todos os clubes a este nível, mas temos que ter os pés bem assentes no chão, pois as coisas não surgem do dia para a noite. Temos de trabalhar muito.

Como vai ser o FC Castrense “à Ruben Vaz”?

Queremos ter um futebol ofensivo e fazer golos. Não me importo sofrer um golo, se marcar dois ou três. Somos uma equipa técnica que pensa muito nesse “algoritmo” de ter muitas oportunidades [de golo] por jogo, pois é sinal que a equipa está a produzir e tem oportunidades para fazer golo. É claro que também trabalhamos a parte defensiva e damos muito valor a isso, mas somos uma equipa técnica que pensa muito no jogo ofensivo e vamos a todos os campos para fazer golo. Normalmente não nos ajustamos consoante o adversário, pensamos mais em nós e espera-se uma equipa a jogar sempre para ganhar.

“Primeiro queremos criar um grupo forte, uma equipa coesa e trabalhar semana a semana. E quando estiverem reunidas as condições, pensar sim em assumir uma candidatura [ao título]. Mas ainda não esta época.”

Está satisfeito com o plantel que tem?

Foi das coisas que deu muito trabalho… A última época acabou muito tarde e começamos a trabalhar no plantel logo após a Supertaça. A verdade é que a maior parte dos jogadores que cá estão foram escolhidos por mim e pela minha equipa técnica e estamos satisfeitos. Temos soluções, temos um plantel equilibrado e penso que vamos conseguir atingir os objetivos com os jogadores que temos.


Que espera do campeonato distrital da 1ª divisão em 2022-2023?

Relativamente à época passada, penso que o campeonato está um pouco mais fraco. Acho que todas as equipas estão niveladas por baixo em relação à época passada… No último campeonato, as primeiras seis equipas tinham muitos jogadores de CNS [Campeonato Nacional de Seniores] e muitos deles acabaram por sair. Por exemplo, nós perdemos os do Algarve, pois todos ficaram lá. Depois o Moura tem a situação que tem, o Penedo Gordo perdeu muitos jogadores, há o caso do União Serpense… Por isso, penso que o campeonato vai cair um bocadinho [de qualidade]. Mas vão aparecer equipas novas, como o Milfontes, o Odemirense ou o Despertar, que tenho a certeza que vão estar nos primeiros seis e a disputar o campeonato.

O modelo de campeonato em duas fases vai continuar. É adequado à realidade do nosso futebol?

Se pensarmos na parte competitiva, todos os jogadores gostam de jogar muito, mas para a realidade dos nossos clubes acredito que seja muito difícil, sobretudo para as direções. Porque trabalhar oito horas diárias – e nós temos jogadores a trabalhar por turnos e mais que isso – e depois ir jogar à quarta-feira a Moura, como fomos a época passada, requer sacrifício de muita gente e acaba por não ser fácil. Para o campeonato e até para o adepto, como há mais jogos, acredito que [este modelo] seja bom. Mas requer mais sacrifício de todos os envolvidos…

Há tempos, um treinador chegou ao clube do seu coração e disse que estava na sua “cadeira de sonho”. O Ruben está na sua “cadeira de sonho”?

Claro que sim, pois é sempre bom representar o clube da terra. Tenho muita responsabilidade e as pessoas que estão comigo sabem a responsabilidade que isto acarreta, principalmente no trabalho que fazemos durante a semana para, no domingo, termos a equipa nas melhores condições para dar a vitória a quem nos acompanha. E é muito por aí que acabamos por trabalhar semana a semana. Pensamos muito no clube e quando há laços de ligação grandes como há aqui, isso torna tudo mais fácil. E quando se ganha, como na época passada, até acaba por ter um sabor ainda mais especial.

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