Um cidadão português apresentou esta semana queixa ao Ministério Público contra agentes da PSP de Beja, acusando-os de agredir várias pessoas, “a maioria imigrantes”, na noite de ano novo.
Segundo adianta a Agência Lusa, que teve acesso à queixa, o seu autor revela que, na madrugada de 1 de janeiro, cerca da 1h00, “houve uma carga policial contra algumas pessoas” que celebravam a entrada no novo ano na Praça da República”.
“Estava cerca de uma dúzia de pessoas, dispersas em pequenos grupos” quando chegaram “quatro veículos da PSP”, de onde saíram “cerca de duas dezenas de agentes, aos gritos e insultos”, munidos de “cassetetes, distribuindo bastonadas indiscriminadamente, sem dirigir qualquer palavra antes”, alega a queixa.
O queixoso diz ainda que se afastou “calmamente do local”, mas foi “agredido de costas, com uma bastonada na mão esquerda”, tal como “outras pessoas presentes, com empurrões e violência injustificada”.
Na queixa, o autor considera que houve “um evidente ato de uso exagerado da força e abuso de autoridade por parte dos agentes da polícia perante as circunstâncias, com laivos de xenofobia”.
“Estava cerca de uma dúzia de pessoas, dispersas em pequenos grupos” quando chegaram “quatro veículos da PSP”, de onde saíram “cerca de duas dezenas de agentes, aos gritos e insultos”, munidos de “cassetetes, distribuindo bastonadas indiscriminadamente, sem dirigir qualquer palavra antes”, alega a queixa.
Em comunicado entretanto divulgado e enviado ao “CA”, o Comando Distrital de Beja da PSP revela que o caso já “desencadeou um processo de averiguações, que seguirá os seus trâmites normais, de acordo com os regulamentos internos” da instituição.
Segundo a Polícia, na noite em questão, e chegada ao local, “a PSP constatou a veracidade da existência de uma fogueira, que consubstancia uma prática ilícita, carecendo de autorização por parte das entidades competentes, e junto da mesma, vários grupos de pessoas (de número superior a 10) a consumirem bebidas alcoólicas na via pública”.
“Perante os ilícitos verificados, ponderado o número de pessoas envolvidas (aproximadamente 50) e o contingente policial que se deslocou ao local, a PSP optou por se limitar a fazer cessar os ilícitos referidos, sem qualquer outro procedimento, promovendo a dispersão dos vários grupos de pessoas presentes no local, com recurso ao diálogo, de forma proactiva e pedagógica”, diz o comunicado.
A PSP acrescenta que “nunca se verificou a necessidade do recurso a uma intervenção mais repressiva, apesar do registo de alguns momentos de maior tensão e exaltação, ao longo do diálogo mantido com as pessoas envolvidas, aparentemente embriagadas, na sua generalidade”.
“É de referir que esta Polícia não teve nota de qualquer intervenção em que estivessem envolvidos, especificamente, migrantes”, conclui o comunicado.
Comando Distrital de Beja da PSP revela que o caso já “desencadeou um processo de averiguações, que seguirá os seus trâmites normais, de acordo com os regulamentos internos” da instituição.