A Distrital de Beja do PSD exige que a deputada Diva Ribeiro, eleita pelo distrito, e o Chega peçam “desculpas públicas” à deputada socialista Ana Sofia Antunes e à comunidade de pessoas com deficiência, mas o partido de André Ventura diz tratar-se de uma “tentativa desesperada de enfraquecer” o seu “crescimento e afirmação”.
Em causa está o incidente ocorrido na passada sexta-feira, 14, na Assembleia da República, onde a deputada do Chega eleita por Beja, Diva Ribeiro, referiu que a socialista Ana Sofia Antunes só intervinha em temas relacionados com a deficiência, a que se seguiram alguns comentários ofensivos vindos da bancada do Chega.
Segundo a Distrital de Beja do PSD, em comunicado enviado ao “CA”, este “foi um exemplo claro e inaceitável de discriminação contra pessoas com deficiência”.
“Ao sugerir que uma deputada invisual só fala sobre temas relacionados com a deficiência, revelou-se um preconceito profundo e uma visão muito limitada das capacidades das pessoas com deficiência, até porque esta afirmação é falsa, já que esta deputada tem intervindo sobre as mais diversas temáticas”, afirmam os sociais-democratas.
O PSD acrescenta “que esta triste afirmação, foi acompanhada por insultos ainda mais graves da bancada do Chega, como ‘aberração’ e ‘drogada’, demonstrando um padrão de comportamento inadmissível já que nenhum ser humano merece este tipo de tratamento”.
“Não há desculpa para este nível baixo de debate político e acusatório e neste momento, existe um sentimento de vergonha alheia pelo ocorrido”, continua o comunicado, onde o PSD de Beja “exige uma retratação do Chega e da deputada em questão”, convidando-os “a pedirem desculpas públicas à deputada Ana Sofia Antunes, ao distrito de Beja e à comunidade de pessoas com deficiência genericamente atacados neste triste episódio”.
Também em comunicado enviado ao “CA”, a Distrital de Beja do Chega expressa “o seu total e incondicional apoio” a Diva Ribeiro, considerando que esta está a ser “alvo de uma ofensiva política que reflete as táticas usuais da esquerda e extrema-esquerda, com propaganda, contrapropaganda e ataques direcionados”.
“Além disso, surpreende-nos que um outro partido, que se diz de centro-direita, mas cuja prática demonstra uma evidente afinidade com a esquerda socialista, se preste a alimentar estas críticas infundadas, onde, tal postura, apenas confirma aquilo que o Chega sempre denunciou, são duas faces da mesma moeda, unidas no objetivo de criar distrações e desviar as atenções dos graves problemas internos que enfrentam, incluindo processos que envolvem militantes e figuras de liderança desse partido”, acrescenta o comunicado.
A Distrital de Beja do Chega frisa ainda que os “ataques orquestrados” contra a deputada Diva Ribeiro “não são mais do que uma tentativa desesperada de enfraquecer o crescimento e a afirmação do Chega a nível distrital e nacional”.