O presidente do PSD defendeu neste sábado, 12 de Maio, que “Beja também é Portugal” e que o país “tem de olhar para o Alentejo e para o seu interior como uma oportunidade de desenvolvimento nacional”. “O bem estar desta região depende da solidariedade nacional”, disse Rui Rio no discurso que proferiu na sessão solene comemorativa dos 44 anos do PSD, que decorreu no Teatro Pax Julia, em Beja, acrescentando que o partido não se pode “conformar com um Portugal centralizado, concentrado e desigual”.
Considerando que o Alentejo é uma região “historicamente sofrida” e há “demasiado tempo esquecida pelos poderes políticos”, Rui Rio lembrou que foi Sá Carneiro, enquanto primeiro-mistro, o primeiro a olhar para esta “com sentido de justiça e oportunidade”, liderando “uma verdadeira reforma agrária dirigida às pessoas” e aprovando a “resolução que veio permitir a retoma das obras do Alqueva”.
“Hoje sabemos quanto este empreendimento foi vital para a nova vida agrícola do Alentejo”, acrescentou Rio, observando que, ainda assim, “há ainda muita área à espera da água do Guadiana”.
O aeroporto de Beja surgiu igualmente no discurso do líder do PSD, defendendo que os clusters aeronáuticos de Évora e Ponte de Sôr “se possam estender a Beja”. “O Alentejo tem hoje condições para se tornar numa referência da aeronáutica, quer ao nível dos centros de inteligência e desenvolvimento, quer ao nível da fabricação, manutenção e transformação de aeronaves comerciais”, disse.
Rui Rio observou ainda que “Beja também é Portugal e merece, por isso, acessos viários de primeira qualidade como os restantes distritos do país”, criticando o estado do IP8 e o facto da extensão da A2 até Malhada Velha continuar “incompreensivelmente” encerrada ao tráfego, apesar de concluida.
E sobre a electrificação da linha ferroviária entre Beja e Casa Branca, Rio lamentou que esta continue a ser “uma miragem”. “São 63 quilómetros da Linha do Alentejo que operam com uma frota de automotoras a diesel com mais de 50 anos. Em 1974 [data de fundação do PSD] já estas máquinas por aí circulavam. Está, pois, aqui por cumprir o terceiro ‘D’ de Abril: o ‘D’ de Desenvolvimento”, vincou.
O líder social-democrata aproveitou ainda a ocasião para reiterar que é necessário “iniciar um processo de real descentralização do país”, apoiando a transferência de “mais competências” para as autarquias e que as verbas da reprogramação do Portugal 2020 e os montantes do futuro quadro comunitário “concorram efectivamente para um desenvolvimento mais equilibrado das regiões”.
“Os fundos de coesão devem sempre contribuir, inclusive na sua reprogramação, para ajudar a equilibrar o país como um todo e não para perpetuar as diferenças já existentes”, argumentou Rio.
A sessão solene comemorativa do 44º aniversário teve “casa cheia” no Teatro Pax Julia. Durante a cerimónia foram homenageados os antigos presidentes dos governos regionais da Madeira e dos Açores, Alberto João Jardim e João Mota Amaral, respectivamente.
