O PCP questionou o Governo sobre que medidas pretende tomar para assegurar a viabilidade do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (CEBAL), de Beja.
O CEBAL, uma instituição privada sem fins lucrativos constituída por vários associados públicos e privados, "vive com bastante dificuldades, nomeadamente de financiamento para recrutamento de investigadores que permitiriam consolidar o projecto", lê-se numa pergunta dos deputados do PCP João Ramos e Rita Rato dirigida ao Ministério da Educação e Ciência.
Através da pergunta, enviada também à Agência Lusa, os deputados do PCP, devido à "importância" do CEBAL, querem saber que medidas vai o Ministério tomar para "assegurar a salvaguarda e a viabilidade" da instituição, "designadamente quanto a linhas de financiamento específicas".
Segundo os deputados, a direcção do CEBAL propôs à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) que financiasse seis investigadores seniores a 50%, através de um programa de quatro anos e avaliado aos dois.
A proposta iria permitir atrair e fixar investigadores e a "afirmação" do CEBAL, mas, "infelizmente", a FCT não a aceitou, lamentam, defendendo que "importa" assegurar a valorização e a salvaguarda da instituição, tendo em conta a sua importância, a sua abrangência supra-regional, o seu potencial e a sua necessidade de afirmação.
De acordo com os deputados, o CEBAL, instalado em Beja, iniciou actividade em 2008 para apoiar a produção e a transformação inovadoras dos produtos agrícolas e pecuários do Alentejo, através do desenvolvimento científico e tecnológico.
Actualmente, o CEBAL, que "tem desenvolvido projectos de grande interesse" para o Alentejo e para o país, tem quase 30 investigadores e 21 associados institucionais e 26 a título individual, como empresas, associações empresariais, municípios e instituições de ensino superior.
A instituição conseguiu que lhe fossem aprovados 16 projectos de investigação no valor total de quase 3,5 milhões de euros, indicam os deputados, frisando que "dois dos mais importantes" são relativos ao estudo do genoma do sobreiro e do cardo.
Actualmente, segundo os deputados, o CEBAL dedica-se às áreas de investigação de genómica agronómica, valorização agro-alimentar, compostos bioactivos e engenharia de processos.
No Alentejo, sobretudo no distrito de Beja, onde a agricultura têm um peso fundamental, associar a investigação e a inovação à produção pode ser um "elemento fundamental" para "aumentar o valor da produção" e fixá-la na região, o que "tendencialmente não acontece", defendem.
Por isso, "numa região com problemas sociais e económicos profundos, mas com grande capacidade produtiva e variedade de recursos", desenvolver uma instituição que promova a investigação, a inovação e a transferência tecnológica pode ser um "elemento importante para fomentar o desenvolvimento necessário", consideram os deputados.
