Uma nova rede de percursos pedestres e cicláveis acaba de ser lançada para dar a conhecer o património histórico e natural da Faixa Piritosa Ibérica, uma das mais importantes províncias metalogenéticas do mundo e que atravessa o Baixo Alentejo.
A nova Rede de Percursos da Faixa Piritosa Ibérica, composta por seis “etapas”, num total de 322 km, arranca em Grândola e termina em Serpa, “atravessando” ainda os concelhos de Aljustrel, Castro Verde, Almodôvar, Mértola e Santiago do Cacém.
“Aquilo que tentamos fazer deste projeto não foi apenas criar um percurso pedestre ou ciclável, mas algo em que as pessoas também possam descobrir o povo” desta região, explicou ao “CA” Isabel Benedito, presidente da Esdime, durante a sessão de apresentação do projeto, a 5 de setembro, em Castro Verde, no âmbito do festival Castro Mineiro.
A agência de desenvolvimento local com sede em Messejana foi a promotora da nova rota, em parceria com as associações Alentejo XXI, ADL, Terras do Baixo Guadiana e Rota do Guadiana, e a promoção da Entidade Regional do Alentejo e Ribatejo.
O projeto, desenvolvido pela empresa A2Z Outdoor Experts, representou um investimento na ordem dos 200 mil euros e teve financiamento através do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020.
Segundo Isabel Benedito, a nova rede de percursos teve como “inspiração” a Rota Vicentina, no Alentejo Litoral, tendo como ambição “valorizar e potenciar aquilo que é o valor desta riqueza patrimonial ligada à componente geomineira, mas também à identidade de um povo”.
“Aquilo que tentamos fazer deste projeto não foi apenas criar um percurso pedestre ou ciclável, mas algo em que as pessoas também possam descobrir o povo” desta região, explicou ao “CA” Isabel Benedito, presidente da Esdime
“O que está a ser trabalhado neste projeto é valorizar o património geomineiro, mas sempre ligado à componente da identidade local, das pessoas. Isso é que estrutura a rede de percursos de uma forma diferente e isso é cada vez mais procurado pelas pessoas”, justificou.
Além de atravessar os “locais mais emblemáticos” da Faixa Piritosa Ibérica, incluindo antigas áreas mineiras, a nova rede de percursos permite ainda a descoberta do património natural da região, sobretudo da Reserva da Biosfera de Castro Verde.
O projeto tem o apoio da Turismo do Alentejo e Ribatejo e, segundo o presidente da entidade regional, José Manuel Santos, “uma leitura da paisagem, do território diferente”.
“Ou seja, acrescenta inequivocamente valor à oferta turística da região”, reforçou este responsável, revelando ao “CA” que a nova rede de percursos vai estar em destaque no primeiro fim de semana do Alentejo Walking Fest 2025, que vai decorrer entre os dias 30 de outubro a 9 de novembro.
Já o presidente da Câmara de Castro Verde, António José Brito, vê a nova Rede de Percursos da Faixa Piritosa Ibérica como “um projeto muito interessante, com um conjunto de percursos que permitirá, do ponto de vista da descoberta geomineira, mas também da memória das minas que já existiram e daquelas que estão ativas”.
“Este conjunto de percursos é um elemento que acrescenta valor a tudo aquilo que já temos, que valoriza o nosso território e nos dá mais força para a atração de visitantes e para a valorização do território”, sublinhou o autarca na apresentação do projeto.
Foto:DR_alentejo-ribatejo-outdoor.com