Positiva, bem disposta e apaixonada pelas cores, cheiros e paisagens do Baixo Alentejo.
Esta poderia ser a forma de reduzir numa frase a conversa com Arsénia Estevens, uma baleizoeira bem disposta, determinada e que chega a todo o lado de sacos na mão, porque não tem carro nem carta.
A Arsénia é uma força da natureza. Depois de reformada encontrou nos prazeres da contemplação do território, nas caminhadas e na feitura de bolachas de aveia e licor de poejo, uma forma de “fugir à televisão”.
Focou-se em divulgar Beja e o Baixo Alentejo e o facto de ter aprendido com a sua mãe a artes dos lavores fez com que iniciasse o trabalho pela qual é unanimemente reconhecida, as suas “Entretengas da Arsénia” em pano e tecido.
É através destes trabalhos inspirados nas cores, nos azulejos, nas texturas e nas modas e contos do alentejo, que Arsénia Estevens celebra a sua cidade de Beja e o seu Baixo Alentejo e em 2022 foi premiada na FIL na categoria “Melhor Peça de Artesanato Tradicional”, com um trabalho lindíssimo sobre Mariana Alcoforado.
Simples, humilde e bem disposta deixa escapar nesta conversa que sente que Beja não dá suficiente atenção a quem faz artesanato no território e deixa a sugestão de ser criado um centro de artes que seja também uma oficina colectiva para que todos os artesãos possam trocar experiências e colaborações.
É na educação e na humanidade que assenta os seus valores e por isso não esquece a “sua” Biblioteca José Saramago, onde tem na sua responsável, a Dr.ª Paula Santos, uma amiga que marcou a sua vida de artesã. Terão de ver a conversa para perceber o que foi.
Veja aqui a entrevista a Arsénia Estevens.