Greve geral em Neves-Corvo nos dias 26 e 27 de março

Os trabalhadores da Somincor, empresa concessionária da mina situada no concelho de Castro Verde anunciaram uma greve geral, nos dias 26 e 27 de março, para exigir aumentos salariais e de subsídios, entre outras reivindicações.

A greve geral aos quatro turnos da mina foi aprovada “por uma esmagadora maioria” dos trabalhadores que participaram nos plenários, nos dias 3 e 4 deste mês, adianta ao “CA” o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), Albino Pereira.

“O que leva a esta paralisação, decidida em plenário pelos trabalhadores, é que a empresa não responde ao caderno reivindicativo aprovado pelos trabalhadores” e apresentado à administração da Somincor no passado mês de dezembro, diz o dirigente sindical.

Segundo Albino Pereira, os trabalhadores da empresa mineira exigem “progressões na carreira e aumentos de salários justos de 150 euros por trabalhador”.

A par disso, continua, é igualmente pedido, entre outras exigências, “o aumento de vários subsídios”, assim como a renegociação do seguro de saúde, uma vez que os trabalhadores passaram “a pagar mais de franquia”.

Perante estas reivindicações, a Somincor apenas concedeu, para 2024, “um aumento de 4,3% [nos salários], que não corresponde de forma alguma àquilo que foi reivindicado”, além de “barrar qualquer negociação”, afiança Albino Pereira, que espera uma boa adesão dos trabalhadores de Neves-Corvo à greve geral dos dias 26 e 27 de março.

“Esperamos bem que sim, pois o desconforto é total”, conclui.

Perante as reivindicações do STIM, o administrador-delegado da Somincor, António Salvador, confirma ao “CA” que em 2024 houve “um aumento de 4.3% dos salários [na empresa], que como todos saberão, estão acima da média nacional e muito acima da média do sector mineiro nacional”.

O gestor afirma ainda que a empresa mineira enfrenta “uma situação económica e financeira de grande dificuldade”, motivada por “uma forte pressão inflacionária dos custos, a desvalorização dos preços dos metais base nos mercados internacionais e a desvalorização do dólar”, moeda que serve de referência à venda dos metais.

Portanto, acrescenta, “este aumento é o possível dentro deste contexto e qualquer outro cenário coloca irremediavelmente em causa a sustentabilidade financeira da empresa e a continuidade da relevância local, regional e nacional da Somincor, que é aquilo que certamente todos desejamos”.

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Correio Alentejo

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