Fausto Fialho (Livre). “Queremos crescer eleitoralmente e consolidar a nossa presença em Beja”

Fausto Camacho Fialho _ Livre 2025

O cabeça de lista do Livre por Beja nas Legislativas, Fausto Fialho, assume em entrevista ao “CA” que “os investimentos nas infraestruturas do distrito são, de facto, uma prioridade”.

Porque razão devem os baixo-alentejanos votar no Livre nas eleições Legislativas de 18 de maio?

O Livre é a alternativa da esquerda verde, europeísta e progressista, essencial para o futuro da região. O grupo parlamentar do Livre tem mostrado, num curto espaço de tempo, que faz política de forma séria, com medidas concretas que mudam as vidas das pessoas. A título de exemplo, a extensão do subsídio de desemprego às vítimas de violência doméstica permite a quebra do ciclo de dependência financeira das vítimas perante os agressores. Ou a criação do passe ferroviário, que permite uma maior mobilidade a custos reduzidos. O Livre tem defendido a criação de um círculo nacional de compensação, garantindo que todos os votos contam para a eleição de deputados, seja onde for, assim como uma revisão da lei eleitoral, que modifique os fatores de ponderação para a atribuição de mandatos. No caso de Beja, não se justifica que se elejam apenas três deputados, quando é o maior distrito em área do país. O fator “dimensão territorial” também deve ser tido em conta na definição de lugares a eleger. Como tal, votar no Livre é reforçar as suas ideias, sabendo que faremos política de forma ética e séria, combatendo a demagogia da extrema-direita.

Sem grandes expectativas de poder vir a ser eleito para o Parlamento, o que será um bom resultado para o Livre no círculo eleitoral de Beja?

A eleição de um deputado Livre pelo círculo eleitoral de Beja está nas mãos dos eleitores. Queremos crescer eleitoralmente e consolidar a nossa presença em Beja. Eleger o nosso primeiro deputado na região é outro objetivo que queremos alcançar. É neste sentido que trabalhamos todos os dias.

No caso de Beja, não se justifica que se elejam apenas três deputados, quando é o maior distrito em área do país.

Quais devem ser as prioridades do futuro Governo para o distrito?

Um governo integrado pelo Livre tem de investir na qualidade de vida de quem cá vive. Na saúde, o reforço do SNS é crucial. No distrito de Beja é urgente atrair e fixar profissionais de saúde, bem como criar uma rede pública de lares e de cuidados continuados, essencial para a proteção dos nossos idosos. A educação é central ao desenvolvimento regional. Devemos combater o abandono e o insucesso escolar, com um modelo de ensino centrado em cada aluno. As carreiras docentes têm de ser valorizadas e os concursos de colocação devem ser mais justos. Não podemos continuar a ter turmas sem aulas, nem professores com colocações a centenas de quilómetros de casa. Nenhum jovem deve abdicar dos seus estudos por falta de condições financeiras, por isso propomos o aumento do alojamento estudantil, a par da eliminação da propina nas licenciaturas e mestrados. Só assim iremos desenvolver uma economia diferenciada, baseada no conhecimento. Mais: o Politécnico de Beja merece maior financiamento, assim como a carreira docente politécnica deve ser equiparada à carreira docente universitária. A proteção ambiental é o terceiro pilar para a construção do futuro do distrito. O Livre sabe que é fundamental investir em práticas agrícolas mais sustentáveis que promovam o restauro da natureza. Temos de proteger os pequenos produtores e combater a desertificação da região. É por isso que é urgente criar condições para a retenção da água no solo e promover a sua utilização consciente. Também defendemos a elevação do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina a Parque Nacional, como forma de travar a perda de biodiversidade e preservar os habitats da região.

Em matéria de investimentos a realizar no distrito de Beja, quais deverão ser prioritários para a próxima legislatura?

Os investimentos nas infraestruturas do distrito são, de facto, uma prioridade. As obras de requalificação e expansão do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, no SUB de Odemira e outros centros de saúde e extensões de saúde que têm as suas infraestruturas degradadas, não podem esperar. A requalificação do parque escolar é urgente, para que os jovens tenham condições de aprendizagem adequadas. Não é admissível que chova dentro de escolas ou que alunos passem frio nas salas durante o inverno. Em termos de mobilidade, o grande investimento tem de ser feito na ferrovia. Eletrificar de vez o troço Beja-Casa Branca, sem fechar a linha, é a prioridade. De seguida é necessário avançar com a reabertura da linha entre Beja e a Funcheira, e preparar a reabertura do ramal de Moura. Finalizar a ligação da A26 à sede de distrito também tem de ser acelerada. Para a proteção ambiental, é necessário proceder, o quanto antes, à verificação do estado dos canais de transporte de água, fazendo as reparações necessárias de modo a evitar perdas deste bem tão precioso. Acreditamos que o distrito de Beja tem todo o potencial para ser livre. E trabalharemos muito por isso.

Como avalia a ação do governo cessante em relação ao distrito de Beja?

Para nós, este último Governo teve um desempenho insatisfatório. Aliás, continuou o mesmo registo que se tem visto nas últimas largas décadas. Promessas muitas, concretizações poucas. Por isso acreditamos que é necessário apostar em forças progressistas, sérias e alternativas, que resgatem o distrito deste marasmo.

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