No distrito de Évora, não existem bombeiros profissionais, as 14 corporações são constituídas por voluntários, sendo “residual” o número de assalariados, disse à Agência Lusa o presidente da federação distrital, Inácio Esperança.
O responsável referiu que os bombeiros assalariados, que também são voluntários, porque “fazem as suas horas de voluntariado fora do horário de trabalho”, efectuam o transporte de doentes e garantem, nalguns casos, “uma primeira resposta” em caso de emergência.
Contudo, indicou que “a maioria dos serviços, principalmente durante a noite, é feita por piquetes de voluntários”.
Nos últimos dois anos, observou, foram dispensados cerca de 80 bombeiros assalariados nas corporações do distrito, devido à diminuição dos serviços de transporte de doentes não urgentes, o que não afectou as corporações, já que “a maioria continuou a ser bombeiro voluntário”.
Inácio Esperança assinalou que nalgumas associações o peso dos voluntários é maior do que noutras, dando como exemplo o caso da corporação de Vila Viçosa, que tem um efectivo de 50 bombeiros, sendo que destes “apenas cinco são assalariados”.
O voluntariado “é bom é para as contas do país”, afirmou o responsável, explicando que, “se não existissem bombeiros voluntários, as associações não tinham dinheiro para pagar serviços durante 24 horas e fins de semana e, aí, a fonte de financiamento do socorro teria de vir do Estado”.
Na corporação de Évora, uma das maiores do distrito e do Alentejo, os voluntários “têm muito peso”, uma vez que o efectivo é constituído por cerca de 80 bombeiros, dos quais 29 são assalariados, precisou, também à Lusa, o comandante Rogério Santos.
“Os assalariados asseguram os serviços de saúde e também a emergência, porque são os primeiros a actuar”, enquanto o combate aos fogos florestais é feito “maioritariamente por voluntários, que tiram férias para integrar as equipas”, realçou.
