Crise económica "devolve" trânsito intenso ao IC1 no Verão

Crise económica "devolve" trânsito intenso ao IC1 no Verão

Devido à crise, para "escaparem" às portagens e pouparem dinheiro nas viagens de ida e volta de férias no Algarve, há turistas a trocar a Auto-estrada do Sul (A2) pelo Itinerário Complementar (IC) 1, que regista "um aumento significativo" do tráfego.
Após férias em Albufeira com familiares, António Teixeira, de 58 anos, que antes viajava pela A2, regressa a casa, na Azambuja (Lisboa), pelo IC1, que, até à conclusão da auto-estrada em 2002, era a principal via de acesso ao Algarve.
"A situação financeira que nós, trabalhadores por conta de outrem, estamos a viver, obriga-nos a fugir ao imposto [portagens] das auto-estradas", diz à Lusa António Teixeira, durante uma pausa na viagem numa zona de paragem do IC1 perto de Aldeia de Palheiros, bem perto da vila de Ourique.
O tráfego no IC1 tem "aumentado bastante", já que há pessoas que "há anos" não viajam pela via, mas voltaram a viajar, porque as portagens na A2 estão "muito caras", explica Elsa Pires, de 37 anos, a dona de um café-restaurante da zona.
Apesar do aumento do tráfego no IC1, o negócio está "péssimo", devido à crise e ao aumento do IVA na restauração e porque as pessoas param "pouco" e as que param "comem o que é mais barato", explica.
"Já há quem peça um café para dois", conta Elsa, que espera um aumento do número de clientes durante este verão.
No IC1, "verifica-se um aumento significativo" do tráfego "em relação a anos anteriores", diz à Lusa o comandante do Destacamento de Trânsito da GNR de Beja, Marcelino da Silva.
Segundo o capitão, "a lógica dirá que será devido à crise", porque a viagem pelo IC1 permite poupar dinheiro, já que não há portagens e o limite de velocidade é inferior ao da A2 e, por isso, "os carros gastam menos" combustível.
Na estação de serviço perto de Aldeia de Palheiros, Andrei, imigrante moldavo em Portugal há 12 anos, também faz uma pausa na viagem a caminho de Lagos para mini-férias com a família.
Enquanto a mulher amamenta a filha, de quatro meses, no carro, Andrei conta que trocou a A2 pelo IC1 para viajar de Carcavelos (Cascais) até ao Algarve "para evitar pagar portagens", porque "é um bocadinho caro e, nesta altura de crise, bate no bolso".
"Com o problema da crise, as pessoas tentam evitar o mais possível" a A2 "por causa das portagens, que estão muito caras", e optam pelo IC1, diz Fernando Brito, de 59 anos, funcionário do posto de abastecimento da estação de serviço.
Antes da crise e da introdução de portagens na Via do Infante, no Algarve, onde termina a A2, "cheguei a estar 20 minutos sem ver passar um carro" pelo IC1 no troço da estação de serviço, mas "agora estão sempre a passar carros", conta.
"Há anos que não via o IC1 assim", há "muito mais trânsito" e o negócio no posto "melhorou muito", frisa Fernando.
Ao lado, Sérgio Ferreira, de 39 anos, que viaja desde Almeirim até Portimão, onde passará a primeira quinzena de Julho de férias, também optou pelo IC1 para "poupar" dinheiro, porque o que pagaria em portagens na A2 é o que gasta em combustível na viagem.
"Tem-se notado mais trânsito" no IC1, porque "as pessoas queixam-se da A2, que é muito cara, e fazem a viagem por aqui, fica mais barata", diz Celestino José, de 50 anos, funcionário do café da estação de serviço, referindo que o negócio "está um bocadinho melhor".

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Correio Alentejo

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