Combater a elevada taxa de analfabetismo que ainda se regista no Alentejo é uma das grandes prioridades traçadas pelo novo delegado regional do Baixo Alentejo e Algarve da Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos (APEFA). Segundo António Espírito Santo, a taxa de analfabetismo na região é de 10% (acima dos 5,2% a nível nacional) e, por isso mesmo, há “muito para fazer”.
“Cerca de 50 mil habitantes no Alentejo não sabem ler nem escrever, segundo revelaram os resultados definitivos do Censos 2011. É verdade que a taxa de analfabetismo caiu na região de 17,45% para 10% na última década, mas, ainda assim, não é suficiente para tirar o Alentejo do fundo da tabela a nível nacional, onde a taxa de analfabetismo está fixada nos 5,2%, colocando Portugal no último lugar a nível europeu”, sublinha António Espírito Santo ao “CA”.
Esta realidade leva o novo delegado regional da APEFA, eleito no final de Janeiro, a concluir que continua a ser necessária a “implementação de políticas públicas de educação e de formação de adultos, amigas e ao serviço de todas as pessoas, de todas as idades e geografias”.
Nesse sentido, continua, definiu como meta para este primeiro ano de mandato “o contacto de proximidade com as autarquias, agrupamentos de escolas, associações de desenvolvimento local e todos os envolvidos” com esta área no Baixo Alentejo e Algarve. “É imperioso conhecer as realidades locais, perceber o que foi feito, o que está a ser feito e desse ponto de partida projectar o futuro que é já amanhã. Numa política de proximidade, com as escolas e as autarquias, conseguiremos junto do Ministério da Educação respostas e soluções para mudarmos esta realidade que nos deve preocupar e envergonhar a todos”, advoga.
Considerando que o Alentejo “não é só minas e Alqueva, tal como o Algarve não é só turismo e mar”, António Espírito Santo entende ser necessário “juntar o Baixo Alentejo todo num projecto conjunto para identificar necessidades e implementar resoluções imediatas para combater este flagelo” do analfabetismo.
Por isso mesmo, acrescenta, a APEFA pretende implementar junto dos agentes educativos, autarquias e universidades seniores projectos como o “Percursos de Cidadania”, um projecto-piloto que “é uma aposta forte na erradicação do analfabetismo e na promoção da literacia da população adulta”.
“Como resposta ao problema, são promovidas Oficinas de Alfabetização e Literacia para o desenvolvimento de leitura, escrita, numeracia e outras literacias, nomeadamente a literacia digital baseadas nas necessidades quotidianas das pessoas”, explica António Espírito Santo, adiantando que o projecto “assenta na responsabilidade individual e social das instituições e empresas e numa forte vertente de voluntariado e na solidariedade”.
“Ajudar a aprender a ler e escrever é um passo contra as injustiças com estas pessoas, pois está e continuará indefeso quem não consegue ler e escrever”, conclui o delegado regional da APEFA.
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