De muitos modos e amiúde se aborda o tema da educação, mas nem todos pensam o mesmo, embora usando palavras iguais ou semelhantes. Desde o iluminismo, sobretudo a partir de Rousseau, que se propagou a ideia de que a natureza é boa e a educação corrompe a bondade natural do ser humano. Esta ideia continua subjacente na ideologia do género, quando afirma que a diferença sexual é uma questão da cultura e o ser humano deve ter a liberdade de escolher a sua identidade específica.
Estas ideologias têm contribuído para o desnorte de muita gente, que vive sem saber para onde caminha, experimentando no seu íntimo uma grande solidão, embora rodeado de muitas pessoas, por vezes atropelando-as. Toda esta situação convence-me cada vez mais da necessidade e urgência da educação no sentido da transmissão de princípios e valores estruturantes da personalidade. Mas a transmissão natural e personalizante desses ideais de vida acontece a partir da geração por amor e do interesse afectivo dos progenitores pela criatura gerada. A frieza, a indiferença e o individualismo das relações familiares não favorece o desenvolvimento da personalidade, para a sensação de bem-estar das pessoas e a sua integração harmónica na sociedade.
O Sínodo dos Bispos a decorrer em Roma sobre a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo está a abordar este tema com muita atualidade. D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa e um dos participantes portugueses no Sínodo, afirmou que não podemos olhar para os indivíduos isolados, mas para as agregações familiares, quer estejam ou não de acordo com a moral católica. A pastoral da Igreja falha redondamente quando não considera as pessoas praticantes na sua relação fundamental constituída pela família. Foram os nexos familiares que ajudaram a ultrapassar os anos de crise social e económica. Por isso a família é a escola e instituição social mais barata e eficiente. Quando a família falha, degenera em agressividade e violência, as sociedades enfrentam também uma grave crise.
A paixão pela educação tem de contar com a família. As escolas, os sistemas educativos, o Estado precisam de conectar com a família, procurar a sua colaboração e apoiar a sua instituição, para poder cumprir a sua missão. Devem estar ao serviço da família e não vice-versa. Também aqui se aplica o princípio da subsidiariedade, fundamental na doutrina social da Igreja e que, em muitos casos, é posto de parte, como se observa quando se defende a escola estatal como a única pública, sem atender à orientação familiar.

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