Uma região com futuro: preocupações!

Quinta-feira, 17 Setembro, 2020

Francisco Orelha

presidente da Câmara Municipal de Cuba

<b>1. </b>Ao manter-se o quadro previsto das cinco regiões plano para o país, incluindo numa só região todo o Alentejo, isto é Baixo Alentejo, Alto Alentejo e Norte Alentejano, incluindo os distritos de Évora e Portalegre, certamente que o distrito de Beja irá perder influência nas decisões mais determinantes para o desenvolvimento económico da região.
Vamos, uma vez mais, ficar em segundo plano, uma vez que Évora passará a ser o centro de todas as decisões. Beja continuará, irremediavelmente, a ser uma cidade de província, enquanto Évora tornar-se-á, cada vez mais, uma cidade de nível europeu.
Continuo a acreditar que um só Alentejo é uma utopia, que só interessa por questões politico-partidárias, que nada tem a ver com a realidade nem com o interesse dos baixo alentejanos.
Baixo Alentejo e Litoral Alentejano, sim! Uma região com grandes potencialidades, que reúne cinco grandes projectos estruturantes: o novo aeroporto internacional de Beja, o Projecto de Fins Múltiplos do Alqueva, o porto de Sines, as minas de Aljustrel e a Somincor – Sociedade Mineira de Neves-Corvo, complementado com a bonita Costa Vicentina.

<b>2. </b>Se olharmos o passado, verificaremos que nunca nos foram dadas oportunidades para podermos escolher o nosso destino e sempre tudo nos foi imposto. O Baixo Alentejo foi, em tempos, escolhido e considerado como o celeiro da nação, onde predominavam as culturas arvenses de sequeiro, o que fez com que esta região se tornasse numa das regiões mais pobres da Europa. Agora, é-nos imposta uma agricultura de regadio intensivo, com uma grande área ocupada por olival, sem regulamentação. Esta exploração em intensivo vai contaminar e destruir os solos a médio-prazo, tornando-os improdutivos, como também as águas subterrâneas ficarão igualmente sujeitas a contaminação pela aplicação continuada de produtos químicos. O mais sensato, parece-me, seria encontrar um espaço para a agricultura biológica, mais tradicional, e criar condições para que fosse possível produzir, transformar e comercializar os nossos produtos, pois só desse modo criaremos fontes de receita.

<b>3. </b>O PROT – Plano Regional de Ordenamento do Território, em curso, nada favorece esta região e ignora por completo uma infra-estrutura basilar para o desenvolvimento económico, como é o novo aeroporto de Beja. Temos uma Reserva Agrícola (RAN) e uma Reserva Ecológica (REN) egoísta, que impede que esta região se desenvolva. Deste modo, dificilmente iremos conseguir atrair investidores para o Alentejo. É necessário e urgente, para inverter esta situação, flexibilizar a REN e a RAN. Para que se possa conjugar a vertente agrícola com a turística, fundamental para o desenvolvimento da nossa região.

O nosso futuro, do Baixo Alentejo e dos baixo-alentejanos passa por considerar o Baixo Alentejo e o Litoral Alentejano como uma região única, com uma identidade muito própria, com uma aposta forte no turismo e também na agricultura biológica, tentando com uma nova política de Reservas Ecológicas e Agrícolas atrair investidores, para que possamos, aqui, produzir riqueza.

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