Quando falta a memória…

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

O clube de futebol inglês Manchester United tem vindo a implementar uma série de medidas de contenção de custos e, esta semana, anunciou o término do acordo que tinha com o seu antigo treinador Alex Ferguson, hoje com 82 anos, deixando este de ser o seu embaixador global.
É bom lembrar que o escocês Alex Ferguson conquistou 38 troféus ao longo dos 26 anos em que esteve ao comando do Manchester United, “resgatando-o” de um período sem títulos e afirmando-o como um dos maiores emblemas desportivos do mundo, a par de Real Madrid e Barcelona.
Por isso mesmo, não deixa de ser lamentável que se relegue para segundo plano quem tanto fez, apenas para poupar alguns milhões, não mais que míseras “migalhas” perante os gastos estratosféricos que o clube continua (e continuará) a fazer com jogadores, literalmente “pagos a peso de ouro” e dos quais poucos ficarão na história.
Isto passa-se no mundo do futebol, uma realidade financeira à parte das restantes realidades. Mas também acontece noutros quadrantes da nossa comunidade, em que desprezamos os mais velhos, encarando-os como um encargo ao invés de constituírem um motivo de orgulho por aquilo que tanto fizeram. Esta é a sociedade que temos hoje: amoral, burocrática, asséptica e baseada quase em exclusivo nos números e nos algoritmos. Quanto ao passado, pouco ou nada interessa. E quando nos falta a memória, dificilmente teremos um futuro risonho…

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