Há muito que se fala do aeroporto de Beja. Do aproveitamento da BA11 para fins civis.
Durante muitos anos falou-se, mas não se fez, em bom rigor, nada que demonstrasse que uma parte da infra-estrutura existente em Beja fosse reaproveitada para tarefas de natureza não militar.
Seguiu-se um período em que parecia que as intenções eram mais claras, mas de que na realidade pouco mais resultou que a constituição da EDAB.
Antes da sua estabilização conheceu-se ainda um período conturbado na empresa, marcado por confusões, incertezas e promessas políticas jamais concretizadas. Este período coincidiu, grosso modo, com os governos liderados por Durão Barroso e Santana Lopes.
Já com o actual primeiro-ministro deu-se novo rumo à EDAB e o aeroporto civil de Beja, antiga aspiração dos baixo-alentejanos, saiu finalmente da gaveta.
Beja passaria finalmente a aproveitar uma estrutura territorial que é claramente uma mais-valia no seio do mesmo.
Lançaram-se concursos, transformou-se a estrutura e subiram, naturalmente, as expectativas das pessoas e das empresas públicas e privadas da região.
Pela primeira vez ficou demonstrado que politicamente havia vontade de converter parte da estrutura para fins civis.
Mesmo com alguns bloqueios inesperados, com invernos chuvosos e concursos com reclamações, a obra foi avançando e hoje sabe-se que Beja tem um aeroporto.
Chegou agora tempo de cumprir a última das expectativas: operacionalizar a estrutura.
Bem sei que há arestas por limar em termos competências a atribuir a algumas das estruturas, caso da EDAB. Mas isso não pode parar o funcionamento da estrutura.
Chegou o tempo, independentemente da auto-estrada Sines-Beja estar à espera de nova apreciação por parte do Tribunal de Contas para poder avançar, de “se ver” que o aeroporto vai funcionar mesmo.
Chegou o tempo de começar a somar pequenos projectos em volta do aeroporto para que globalmente possa ser um projecto maior.
Durante anos as pessoas em Beja falaram do aeroporto como projecto mobilizador da região. Criaram-se esperanças, perderam-se e voltaram a criar-se. Sinto, no dia a dia, em conversas com os cidadãos da minha terra, que se está de novo a recuar no sonho e na esperança.
Ninguém pede que Beja seja uma Portela, um futuro concorrente de Alcochete ou um aeroporto de Faro. Não é isso que as pessoas exigem.
Querem o aeroporto como parque de estacionamento de aeronaves. Ou como centro de reparações das mesmas. Ou como plataforma de voos charter. Ou como centro de distribuição de correio expresso.
Algo, simples, que sirva como clique de arranque e que possa ir progressivamente agregando outros serviços em torno da estrutura aeroportuária.
As dificuldades maiores parecem ultrapassadas. As resistências mais antigas foram quebradas.
Falta vencer a recta final. E esta parece ser longa de mais aos olhos de muitos dos nossos cidadãos.
Cabe ao Governo e às demais entidades directamente envolvidas na gestão do aeroporto agir com rapidez e concretizar.
E mesmo numa situação de contra-ciclo económico estas acções concretas não podem tardar.
Porque se sente que o balão da esperança está a esvaziar rapidamente!

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