Comércio Aberto

Jorge Serafim

contador de histórias

É já para a semana que Beja, a rainha da planície, vai estar na boca do país. Tal facto, como é do conhecimento público deve-se à grande feira do Sul, a Ovibeja. Evento que mobiliza quase tudo o que mexe na cidade, quer seja a nível económico, social, quer político, ou quer seja a nível cultural. Assim que a data se vai aproximando o frenesim vai crescendo e as conversas cada vez mais vão sendo canalizadas para o mesmo assunto, a Ovibeja. Contudo, ainda hoje passados tantos anos, o marcante evento carece de uma resposta logística adequada por parte da cidade a todos quanto a ela se deslocam com o intuito de visitar a grande montra do Alentejo. A cidade, curiosamente, encerra-se e mais ainda aos fins de semana, não aproveitando da melhor maneira o desenrolar da feira durante o tempo de ocorrência. Quem quiser procurar a cidade, e repito-o, ainda hoje, depara-se com muito do comércio local encerrado. À excepção do Luís da Rocha e dos chineses (chamem-lhes parvos) toda a área pedonal onde se encontram localizados o grosso do comércio de referência da cidade, está para balanço. E logo no primeiro dia, que por sinal calha a um sábado, nada mais propício para fazer uma passeata, “é um a ver se te avias”. As Portas de Mértola encerram. A Praça da República, às moscas. O Castelo, nem uma cafetaria oferece a quem o procura.
Esta seria a altura ideal para que comerciantes e instituições locais, se unissem para empreender e produzir estratégias que resultassem cada vez mais numa procura objectiva da cidade e no que ela tem de melhor para oferecer. Criando roteiros, tal como os há destacando monumentos e outros motivos de interesse, porque não, associar a estes, um percurso pelo comércio local, que funcionaria e ofereceria simultaneamente uma forma de percorrer e usufruir das nossas ruas, onde estariam destacadas as pastelarias e seus doces conventuais, os restaurantes e sua gastronomia (predominância para a tradicional) bares, cafés-concerto, discotecas assim como outros variados estabelecimentos que a esta forma de promoção se quiserem associar. Para isso, tal como nas festividades natalícias, é preciso agarrar a oportunidade. …
A feira há muito que projectou Beja e o Alentejo, a cidade tem que aprender a projectar-se na feira. Promover uma cidade de braços abertos é meio caminho andado para se ser desejado. Até porque, e vale a pena lembrar, no recinto quando pagamos uma sandocha de presunto não conseguimos deixar de sentir que acabámos de comprar a perninha do falecido suíno. E Deus guarde a sua alma em descanso.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Em Destaque

Últimas Notícias

Role para cima