No princípio era o verbo. Ou seja, foi por causa deste princípio que do verbo se fez pão. Esse pão ganhou chão e desse chão se fez caminho. Caminho esse, que se faz caminhando, alargando estradas e horizontes, que se alcançam lançando pontes onde a fraternidade do verbo é, afinal, o melhor dos princípios.
E foi assim que tudo começou. Um grupo de insanos, amantes desta coisa de atar palavras em forma de bouquet, descobriram que se juntassem as suas vozes numa só, o clamor da mesma ressoaria pela charneca transtagana, podendo mesmo chegar a latitudes que sozinhos jamais atingiriam.
E foi deste modo que um belo dia nasceu a ideia de darem os braços, juntarem esforços e se associarem. Ao rebento foi dado o nome de ASSESTA – Associação de Escritores do Alentejo.
O nome não podia ser mais a propósito. Remete-nos para a identidade a alentejana. Para a ponderação com que os daqui tratam o tempo. Com a consideração que este merece e que é apanágio das nossas gentes.
Já lá vão quatro anos. Nesse tal princípio éramos poucos. Pouco mais que uma dezena. Agora já somos mais de quarenta e com tendência para juntar a estes outros nomes que fazem da palavra o seu território de afeição.
No período que medeia a sua existência, muita actividade cultural foi levada a cabo. Dois livros de contos (Contos Assesta), um prémio literário de envergadura nacional (Prémio Literário Joaquim Mestre) apoiado por instituições de importância nacional, bem como os Encontros Literários (ELA) de peso regional, são o destaque das múltiplas actividades que esta agremiação tem levado a cabo nos últimos tempos.
Escrevo esta crónica na qualidade de membro fundador desta associação a propósito do mais recente encontro de membros da mesma, levado a cabo em Ourique no passado 25 de Maio.
O programa, apoiado pela autarquia local, passava pela apresentação do mais recente livro deste escriba, Olhares – Relatos da Índia, uma tertúlia com o mote “Escrita Ao Sul”, que contou com a presença de ilustres palestrantes, e ainda o lançamento de mais um exemplar da série Contos Assesta, desta feita tendo a “água” como pano de fundo e obrigatoriedade temática. No entanto, o que mais me surpreendeu foi a crescente militância dos membros desta comunidade que acorreram em número generoso (mais de vinte) a este encontro de malta que tem nas escrita uma das suas razões de vida, num sábado que a tudo convidava menos a estar fechado numa biblioteca.
Por esta, e por outras razões, que o espaço concedido me impede de explanar, fiquei com a sensação de que o porvir da ASSESTA se afigura risonho. Um futuro carregado de verbo e de metáforas que são a matéria de que são feitos os sonhos posteriormente transformados em contos, poemas ou romances de que os meus companheiros de caneta são exímios praticantes.
PS exige medidas de apoio “urgentes” para produtores de ovinos
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