As contas dos censos 2021

Carlos Pinto

JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"

Depois de um processo de recolha de informação que durou cerca de dois meses, já são conhecidos os resultados preliminares dos Censos 2021. E os dados revelados na passada semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) suscitam muitas questões e obrigam a uma reflexão aprofundada sobre os números apurados no país… e sobretudo na região.
Mas vamos, desde logo, aos factos: o concelho de Odemira foi o único em todo o Alentejo que aumentou a população residente na última década, passando de 26.066 habitantes em 2011 para 29.523 em 2021, o que corresponde a um aumento de 13,3%, o maior em território nacional.
Por oposição, os restantes 13 concelhos do Baixo Alentejo registaram todos um decréscimo na sua população na última década, com destaque (muito negativo) para Barrancos, que perdeu 21,8% da sua população na última década, naquela que é a maior queda populacional registada em todo o país.
Costuma dizer-se que factos são factos e que os números não enganam: infelizmente, a nossa região (e todo o interior) está a perder população – com a exceção de Odemira, o que terá a sua explicação em função do crescimento das comunidades migrantes – e tal é comprovado pelos dados do INE.
A hora agora é de escalpelizar estes resultados e tentar perceber as origens dos mesmos, a montante seja a jusante. Algumas são por demais evidentes, mas mesmo assim não deixa de ser necessário “apertar a malha” e tentar descodificar estes números concelho a concelho, freguesia a freguesia.
Feito esse trabalho, será urgente que quem de direito – nomeadamente o governo – possa avançar com uma estratégia pensada com “cabeça, tronco e membros”, com medidas que dinamizem estes territórios, que valorizem o tecido económico, que promovam a coesão e que permitam o incremento de postos de trabalho.

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