O país encontra-se numa difícil situação: desemprego, diminuição de apoios sociais, aumento da carga fiscal – impostos directos e indirectos –, cortes salariais, entre outras restrições.
Políticas restritivas que condicionam o consumo interno, dificultam e não estimulam as exportações e que têm como consequência directa a estagnação ou mesmo a recessão económica.
A este cenário acresce a desmesurada dívida externa do Estado, das empresas e das famílias, que ultrapassa, em muito, a riqueza que o país produz num ano e que dificilmente poderá suportar, levando à descrença e à convicção de que Portugal não terá capacidade para pagar tudo o que deve.
Em virtude destas dúvidas, os nossos credores aumentam os juros da dívida pública nacional tornando inútil, em termos de estabilidade financeira, todos os sacrifícios impostos aos portugueses.
Face a esta situação o que constatamos?
Que as parcas medidas tomadas pelo Governo são desgarradas e sem um fio condutor, carecendo assim de coerência que as torne entendíveis aos receptores.
É tal o desnorte que, diariamente, somos obrigados a assistir ao triste espectáculo do primeiro-ministro e respectivo séquito governamental darem o dito por não dito, presenteando-nos com insanáveis contradições, sendo por isso obrigados a concluir que não existe um pensamento estratégico e um rumo definido que leve a uma saída digna da complicada situação em que o Governo nos colocou.
Qualquer cidadão responsável está apreensivo, preocupado, sobretudo aqueles que constituem grande parte da população que diariamente trabalha para erguer o país em que acredita, almejando vislumbrar um plano e uma estratégia justa e equilibrada que permita ter esperança e acreditar num futuro mais próspero e mais seguro para Portugal.
Contudo, esse plano não existe e todos nos sentimos à mercê das desgarradas medidas avulsas e das discussões estéreis promovidas por um Governo moribundo.
Em todo este preocupante circunstancialismo, apenas um facto me fez tranquilizar e apraz registar: a reeleição de Aníbal Cavaco Silva.
Com efeito, o povo português revelou maturidade e discernimento na escolha do candidato presidencial, demonstrando através do voto que urge credibilizar a política nacional, dar-lhe dimensão, referência e, por essa razão, a primeira batalha de 2011 foi ganha pelos portugueses.
Esperamos agora que o Presidente da República, com o seu bom senso, ponderação, experiência política, conhecimento do país, da Europa e do mundo, ajude as instituições a encontrarem o caminho certo para Portugal poder ganhar as duras batalhas que se avizinham e vencer os desafios do futuro.

Cultura do Mediterrâneo com “palco” em Castro Verde
A cultura do Mediterrâneo e do mundo lusófono, da música à gastronomia, vai ter “palco” em todo o concelho de Castro Verde a partir deste