A circulação ferroviária na Linha do Alentejo é retomada domingo com oito ligações diárias, em dias úteis, entre Lisboa, Évora e Beja, mas a viagem até esta cidade será indirecta e com transbordo em Casa Branca.
As obras de modernização e electrificação feitas pela Rede Ferroviária Nacional (REFER) no troço Bombel/Vidigal-Évora vão permitir retomar a circulação na Linha do Alentejo “em condições de manifesta competitividade face à anterior oferta”, disse a directora de comunicação da CP, Ana Maria Portela.
Segundo a responsável, entre Lisboa, Évora e Beja serão efectuadas oito ligações diárias nos dias úteis (quatro em cada sentido) e seis aos fins de semana e feriados (três em cada sentido).
Já que toda a linha entre Lisboa e Évora está electrificada, as viagens entre estas duas cidades serão efectuadas directamente, via Intercidades e em locomotivas eléctricas.
Nos comboios mais rápidos, a viagem entre Évora e a estação do Oriente em Lisboa, ponto de partida ou destino final de cada viagem, irá durar uma hora e 36 minutos, menos 28 minutos do que na anterior oferta.
Se considerarmos o trajecto entre Évora e a estação de Sete Rios, a primeira à chegada a Lisboa, cada viagem irá durar uma hora e 22 minutos, menos 42 minutos.
Dado que o troço entre Casa Branca e Beja não está electrificado, porque ficou de fora das obras de electrificação da Linha do Alentejo, a CP acabou com quatro ligações diárias directas via Intercidades entre Lisboa e Beja e “optou” por passar a efectuar a viagem através do Intercidades entre Lisboa e Évora e com transbordo em Casa Branca.
Ou seja, os passageiros da ligação entre Lisboa e Beja viajarão em Intercidades entre Lisboa e Casa Branca, onde farão transbordo para uma automotora diesel que fará o trajecto entre Beja e Casa Branca.
Segundo Ana Portela, o serviço entre Beja e Casa Branca será feito através de “automotoras diesel modernizadas” e com conforto “equivalente” ao dos comboios Intercidades, ou seja, dispõem de bancos confortáveis, de mais espaço entre os bancos, tomadas para ligar computadores e climatização.
Apesar de parte da viagem ser em automotora diesel e do transbordo em Casa Branca, a viagem entre Beja e a estação do Oriente, em Lisboa, irá durar menos “quatro ou cinco minutos” do que a oferta anterior.
Através do novo modelo, “a CP apresenta claras vantagens face à oferta de transporte rodoviário colectivo” da Rede Nacional de Expressos, aos níveis do conforto oferecido e da duração das viagens entre Lisboa e as cidades de Évora e Beja, frisou.
A ligação da CP entre Lisboa e Beja, apesar de indirecta, durará “menos 19 minutos” do que a ligação rodoviária e a ligação entre Lisboa e Évora será “igual” à da rodoviária ou, em alguns casos, durará menos 10 a 15 minutos, explicou.
No novo modelo, a CP “teve em consideração” as “necessidades dos clientes de mobilidade regional” no trajecto entre Beja e Casa Branca, no qual “se regista uma procura diária de características pendulares”, explicou.
Deste modo, precisou, em dias úteis serão realizadas nove circulações, cinco no sentido Casa Branca-Beja e quatro no sentido Beja-Casa Branca, e duas ligações entre Vila Nova de Baronia e Beja, uma em cada sentido.
O fim das ligações directas via Intercidades entre Beja e Lisboa já motivou duas manifestações e uma petição em Beja.
Segundo Ana Portela, a nova oferta “responde perfeitamente” e de “um modo muito mais sustentável”, económica e ambientalmente, à procura para Beja e “permite uma flexibilidade de serviço que gera a possibilidade de nove ligações diárias”.
Por outro lado, “não seria uma boa decisão de gestão”, para assegurar ligação directa entre Lisboa e Beja, “fazer circular, sob troço electrificado, uma locomotiva diesel, prejudicando o restante tráfego e multiplicando os custos da Linha do Alentejo e duplicando o custo de operação” no troço Lisboa-Casa Branca.
