O Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo abrange uma área de pouco mais de 8.500 hectares, nos concelhos de Aljustrel, Ferreira do Alentejo e Santiago do Cacém, e toda a água que vai utilizar ao longo da campanha de rega de 2023 será proveniente do Alqueva, revela o presidente da associação de beneficiários.
“Como vínhamos de 2022 já com algum défice, fizemos entrar a água que precisávamos [entre 20 a 30 milhões de m3] ainda no ano passado. Felizmente que o fizemos, pois agora o preço da água aumentou”, adianta o presidente da Associação de Beneficiários do Roxo, António Parreira.
De acordo com o dirigente agrícola, a campanha de rega no Roxo consome, “em média, 25 milhões de m3 de água”.
“Mas este ano se calhar vamos chegar aos 30 milhões, porque se começou a regar em janeiro. Está-se a gastar mais água”, alerta.
Ao longo dos mais de 8.500 hectares servidos por este perímetro de rega predominam, enquanto culturas permanente, o olival e amendoal, em detrimento de outro tipo de plantações, realidade que António Parreira justifica com “dois fatores”.
“Um é a falta de agroindústria na região e outro a falta de mão-de-obra, pois as culturas hortícolas necessitam de muita mão-de-obra. Por isso, quase toda a gente está reconverter o seu olival intensivo para superintensivo, porque não há mão-de-obra”, diz.
A par disso, continua António Parreira, tanto o olival como o amendoal são as culturas mais rentáveis do ponto de vista económico.
“Não podemos exigir aos nossos agricultores que façam culturas em que percam dinheiro, pois assim contribuímos para que haja cada vez menos agricultores. Temos de lhes dar liberdade suficiente para fazerem as culturas que mais gostam e em que tenham rendimento. Por isso, não lhes podemos dizer para não fazerem olival ou amendoal, quando, neste momento, são as duas únicas culturas que têm rendimento económico”, remata.