A Câmara de Ferreira do Alentejo está a recolher os “muitos sacos do lixo” produzidos pelos participantes da festa ilegal realizada no fim-de-semana na barragem de Odivelas.
“Por solicitação da GNR, a Câmara decidiu prestar este apoio e, desde terça-feira, está a proceder à recolha dos muitos sacos do lixo que ficaram no local”, disse esta quarta-feira, 20, à Agência Lusa Manuel Reis, vereador do Ambiente no Município.
Os trabalhos deverão “terminar hoje” [quarta-feira], acrescentou o vereador, explicando não poder ainda quantificar o lixo que ficou no local, mas considerando positivo que tenha sido acondicionado em sacos.
“Ainda é uma grande quantidade, mas está tudo ensacado. Eles [participantes na festa] recolheram tudo o que estava abandonado e tiveram o cuidado de acondicionar o lixo em sacos próprios”, sublinhou Manuel Reis.
Segundo o vereador, tanto a recolha como a deposição do lixo em aterro, “têm um custo para a câmara”, mas a autarquia “decidiu assumi-lo para bem da limpeza” de um dos principais espaços de lazer do concelho.
O também presidente da Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas (ABORO), entidade gestora da albufeira e proprietária dos terrenos onde decorreu a festa ilegal, realçou que, assim sendo, “não vai ser feita qualquer queixa”.
“A ABORO decidiu não avançar com a queixa. Admitimos essa hipótese porque, se ficasse lixo espalhado no espaço, corríamos o risco de ser responsabilizados por essa poluição, quando nem sequer tínhamos autorizado a festa”, justificou Manuel Reis.
Os últimos participantes na festa ilegal saíram do local na terça-feira, 19, sob vigilância de aproximadamente 50 militares da GNR.
Nesse mesmo dia, fonte do Comando Territorial de Beja da Guarda disse à Lusa que o espaço na margem da albufeira que serviu de ‘palco’ para o acampamento ilegal, iniciado na quinta-feira passada, tinha ficado “limpo, sem lixo espalhado”.
“Quase todo o lixo foi levado pelos participantes. O que ainda lá ficou está ensacado e os sacos foram colocados perto da zona de saída do espaço”, acrescentou, na ocasião.
A festa rave, alegadamente convocada através da Internet, segundo a GNR, chegou a juntar “cerca de duas mil pessoas”, a maioria estrangeiros, acampadas nas imediações da água, em caravanas ou tendas.
A iniciativa foi contestada por outros frequentadores da albufeira e motivou queixas à GNR apresentadas por turistas e pelo parque de campismo local, devido ao ruído e ao volume elevado da música, que foi transmitida na sexta-feira e no sábado.
A GNR, no sábado, 16, fez uma acção de fiscalização na festa e apreendeu o material sonoro. Após essa acção, cinco militares sofreram ferimentos ligeiros, ao serem atingidos por objectos, nomeadamente pedras, atiradas alegadamente por participantes da festa.
