O bispo de Beja garante que enviou por escrito os casos encontrados no arquivo da diocese à comissão que investigou os abusos sexuais na Igreja, apesar de admitir ter-se esquecido de responder ao pedido de entrevista presencial.
O relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja, divulgado na passada semana, indica que as dioceses de Setúbal e Beja não responderam aos pedidos de entrevista com os bispos ou com quem os substituía na altura.
“Fiquei surpreendido por dizerem que a diocese de Beja não respondeu, porque eu respondi no dia 29 de outubro” de 2022, diz o bispo de Beja, João Marcos, citado pela Agência Lusa.
O prelado sustenta que enviou por escrito para a comissão independente liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht um resumo dos casos que encontrou no arquivo diocesano.
João Marcos assume sentir vergonha por se ter esquecido de responder ao pedido de entrevista, justificando que teve um problema de saúde que lhe afetou a memória, mas afirma que pensava que a resposta enviada por escrito “fosse válida”, desconhecendo se a comissão independente aceitou o que lhe foi enviado.
O bispo de Beja diz ainda que há cerca de duas semanas recebeu uma visita de um elemento da comissão dos arquivos diocesanos que o informou que houve cinco casos na diocese de Beja, mas que não foram os quatro que enviou à Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja.