Depois de Castro Verde, foi a vez da Assembleia Municipal de Beja “chumbar” a adesão da Câmara Municipal à empresa Águas do Baixo Alentejo, que juntaria oito municípios da região (Aljustrel, Almodôvar, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura e Ourique) à Águas de Portugal, visando a gestão dos sistemas municipais “em baixa”.
A proposta de adesão da autarquia bejense à Águas do Baixo Alentejo, através da empresa municipal EMAS, teve os votos contra dos eleitos da CDU e Bloco de Esquerda (16 no total) e a favor do PS (15). Abstiveram-se os eleitos do PSD e do movimento “São Matias com Todos” (dois no total).
Em comunicado, a Câmara de Beja lamenta que tenha sido reprovado um projecto que, assegura, “permitiria garantir ao concelho Beja um investimento de cerca de 20 milhões de euros, com uma concentração superior a 50% nos primeiros 10 anos da parceria, onde a verba disponível para investimento na melhoria das infra-estruturas em ‘baixa’ de água e saneamento atingiria 10 milhões de euros”.
A autarquia refere ainda que este projecto “não implicaria qualquer aumento do preço da água em Beja, com a possibilidade de até conseguir uma pequena redução e assim beneficiar todos”, além de estarem “garantidos os direitos de todos os trabalhadores”.
No comunicado, a Câmara Municipal acrescenta igualmente que, “contrariamente àquilo que se fez crer”, a “privatização não está em causa, já que estamos perante uma parceria exclusivamente pública, constituída entre o Estado central e as autarquias locais”.
“A gestão e a exploração do sistema integrado de abastecimento de água e de saneamento mantem-se na responsabilidade de uma empresa 100% pública, neste caso a Águas do Baixo Alentejo”, conclui a autarquia.
Também em comunicado, a Direcção da Organização Regional de Beja do PCP “saúda a decisão corajosa e justa das assembleias municipais de Castro Verde e Beja”, considerando tratar-se “de uma vitória das populações dos dois concelhos e de todo o distrito, que vê assim serem criadas melhores condições para a defesa da gestão pública da água e para a melhoria da qualidade da prestação dos serviços”.
Por seu lado, a Concelhia de Beja do PSD justificou a sua abstenção na votação na Assembleia Municipal com o facto da autarquia não ter, entre outras questões, informado “os munícipes de forma segura sobre as eventuais alterações ao preço da água a fornecer aos consumidores” ou sobre “como e onde vão ser integrados os actuais trabalhadores da EMAS, não se pensando num quadro para garantir os seus postos de trabalho”.
Em comunicado, a Concelhia de Beja do PSD revela ainda ter proposto, “atendendo à importância do assunto em discussão”, que esta questão seja motivo de um referendo local, “dando-se, assim, a voz à população”.
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