O novo presidente da Distrital de Beja do PSD, Tiago Fialho, de 22 anos, assume em entrevista ao “CA” que o maior desafio do seu mandato serão as eleições Autárquicas deste ano, confiando que o partido olhará “para a capacidade dos nossos jovens” na formação das listas.
Qual o maior desafio que tem pela frente enquanto líder da Distrital de Beja da JSD nos próximos dois anos?
Considero como maior desafio para este mandato as eleições Autárquicas, estas podem ter um grande impacto direto junto das pessoas e podem mesmo mudar o rumo do Baixo Alentejo. Acredito que será um grande desafio enquanto líder distrital, mas sinto-me confiante que o PSD duplicará o número de vereadores eleitos e que ganhará câmaras municipais no distrito.
Espera ver mais jovens integrados nas listas que o PSD vai apresentar aos órgãos autárquicos no distrito de Beja?
A JSD tem atualmente quadros muito fortes e que são reconhecidos dentro do PSD. Acredito que o partido olhará, aquando da formulação das listas, para a capacidade dos nossos jovens e a necessidade de tê-los em destaque nas listas às câmaras municipais, assembleias municipais ou assembleias de freguesia. O Alentejo precisa dos jovens e das suas visões mais inconformadas, mais ousadas e mais irreverentes. Acredito mesmo que a JSD estar representada em todos os municípios, o que será, sem dúvida, uma grande mais valia, pois sei que temos muito a acrescentar ao debate político e à democracia.
Que temas serão prioritários neste mandato?
Apresentei no congresso distrital, antes de ser eleito, uma moção de estratégia global para estes dois anos de mandato. Esta moção conta com mais 50 medidas que incidem nas áreas da coesão territorial, economia, saúde, cultura, ação social, agricultura, infraestruturas, imigração e educação. Com a esperança de conseguir reverter a situação de abandono a que o distrito está sujeito.
O distrito de Beja há muito que deixou de ter capacidade para manter cá os jovens.
De momento, a JSD não tem concelhias em todos os concelhos da região. Espera vir a mudar esta realidade?
A estrutura distrital da JSD é relativamente recente. Esteve inativa durante 16 anos e foi reativada há dois, com as secções de Ourique, Beja e Almodôvar. Durante este mandato reativámos as secções de Moura e Odemira. Dos 14 concelhos do Baixo Alentejo, temos atualmente cinco concelhias ativas e estruturadas. Tenho um objetivo pessoal de aumentar este número, durante este mandato, para oito secções. Acredito que assim será mais fácil fomentar a nossa força e faremos chegar mais longe e a mais jovens a nossa mensagem.
Qual é, na sua opinião, o maior problema sentido pelos jovens na nossa região?
A falta de oportunidades! O distrito de Beja há muito que deixou de ter capacidade para manter cá os jovens. Somos a geração mais qualificada de sempre e acho que todos temos muito amor às nossas terras. Vemo-nos numa posição difícil, em que temos de optar entre o amor à terra, que será a nossa estagnação a nível profissional, e deixarmos as nossas casas, para os grandes centros urbanos, onde tentamos encontrar o tipo de oportunidades que não temos nos nossos “cantinhos”.
De que forma será possível garantir uma maior participação dos jovens na política?
A política está muito desacreditada, o que torna esta missão muito difícil. Penso que uma forma é fazer os jovens entender que quando se fazem militantes de um partido não é necessariamente porque concordam com tudo o que esse partido diz e faz. O objetivo de entrar nos partidos é estar lá para reivindicar, para tomar decisões e para mudar as coisas quando elas não estão como nós concordamos. Seja em que partido for, antes de concordar devemos questionar e ter opinião própria. Se os jovens perceberem que podem ter voto na matéria e que há pessoas prontas e interessadas em recebe-los e ouvi-los, penso que pode ser um primeiro passo para poder mudar alguma coisa.