A interligação do Alqueva às barragens de Santa Clara e de Odelouca “é essencial” para o futuro do Sudoeste Alentejano e do Algarve, defendem os presidentes das câmaras de Odemira, Ourique e Aljezur.
“Sem dúvida que [a interligação Alqueva-Santa Clara-Odelouca] é essencial para o futuro deste território”, disse ao “CA” Hélder Guerreiro, presidente da Câmara de Odemira, no final do encontro “Água ao Serviço do Futuro”, que se realizou nesta terça-feira, 5, na unidade hoteleira junto à Barragem de Santa Clara.
Segundo o autarca, “o nível de afluências”, naquela albufeira ou noutras pequenas barragens do Algarve, “é absolutamente insuficiente para as necessidades de consumo” da população, do turismo, da agricultura e da indústria.
“Portanto, sentimos que era importante procurar uma fonte alternativa ou complementar de água e pensamos que uma das soluções pode ser esta interligação” com o Alqueva, disse.
Também o presidente da Câmara de Ourique, Marcelo Guerreiro, defendeu a ligação entre Alqueva e Santa Clara, através do Monte da Rocha, para dar “resposta para uma região que tem fortes carências de água”.
“No caso de Ourique, o que defendemos é a ligação [do Alqueva] à barragem de Santa Clara, que permitirá ter outra perspetiva no desenvolvimento das atividades em redor, que também dá outro tipo de sustentabilidade àquilo que é o abastecimento à Somincor. E depois a criação de um novo perímetro de rega no concelho de Ourique e também a criação de respostas para o sequeiro”, acrescentou ao “CA”.
Por seu lado, o autarca de Aljezur, José Gonçalves, disse que é “essencial” a concretização do projeto, uma vez que “é necessário trazer mais água para a região”.
“E, neste manifesto, dizemos a quem tem efetivamente a competência de decidir que queremos esta solução”, frisou ao “CA”, acrescentando que “este é um momento em que é importante decidir e ter uma posição”.
De acordo com este autarca algarvio, “o ‘centralismo’ de Lisboa tem de perceber que quem gere a região tem opinião e quer ver concretizados estes investimentos”.