A Associação de Moradores da Cerca dos Pinheiros (AMCP) aponta o dedo à Câmara de Castro Verde para justificar o cancelamento das suas tradicionais festas populares.
Os festejos deviam ter-se realizado entre os dias 21 e 23 de Junho, mas acabaram cancelados pela associação depois da autarquia ter exigido a não amplificação de som entre as 21h00 e as 23h45 da noite de 22 de Junho (sábado), devido à realização de um concerto na Basílica Real no âmbito do festival “Terras Sem Sombra”.
Tal situação levou a AMCP a cancelar os festejos, o que, recorde-se, levou a candidatura do PS a criticar, em comunicado, o executivo municipal, acusando-o de “falta de diálogo”, argumento entretanto rejeitado, também em comunicado, pela maioria CDU na Câmara de Castro Verde.
Todo o caso levou a associação representativa dos moradores do bairro da Cerca dos Pinheiros a emitir igualmente um comunicado, onde apresentam a sua versão dos factos, assumindo ter sido “triste e angustiante” ter de cancelar os festejos, ainda mais depois de verificarem na que noite de 22 de Junho, entre as 21h00 e as 23h45, se realizava um espectáculo musical “com som amplificado, que se fazia ouvir por toda a vila”, nas piscinas municipais.
No documento, publicado no passado dia 25 de Junho no seu sítio na Internet, a AMCP começa por relembrar a origem católica dos festejos, associados ao padroeiro do bairro, São João, para justificar a sua intransigência em mudar a data das festas, como proposto pela autarquia.
Além do mais, continua o comunicado, “a festa da Cerca dos Pinheiros já se realiza há 10 anos, sempre na mesma data, […] e o concerto do festival’ Terras sem Sombra’ é o segundo ano consecutivo que se realiza”.
“Então a festa da Cerca dos Pinheiros é uma festa de segunda? É mais uma festa popular? Há associações e munícipes de primeira e de segunda? Com tratamentos diferentes para os mesmos assuntos?”, questiona a associação, acrescentando que já em 2012 o vereador responsável pelo pelouro da Cultura na Câmara de Castro Verde, Paulo Nascimento, “não foi capaz de dialogar” com AMCP, não informando “previamente” os seus responsáveis “que iria decorrer em simultâneo o concerto do festival ‘Terras Sem Sombra’”.
No comunicado, os moradores da Cerca dos Pinheiros explicam ainda que não ter som amplificado no recinto das festas na noite de sábado, entre as 21h00 e as 23h45, “seria condenar, logo à partida, a festa”.
“Para não utilizarmos som amplificado na nossa festa teríamos que recuar algumas décadas para trás, quando os mastros eram recintos onde se dançava a pares ou em baile de roda com cantares ao desafio e em verso improvisado entre homem e mulher e adequados a cada um, com música própria tradicional dada unicamente pela voz. A música para a dança aos pares era dada pelo ‘fole, gaita e ferrinhos’, isto é, um harmónio, uma gaita e um triângulo de ferro, uma boa sugestão senhor vereador da Cultura para as Festas da Vila”, acrescenta a AMCP.
Tudo isto leva a direcção da Associação de Moradores da Cerca dos Pinheiros a dar “razão” ao cabeça-de-lista da candidatura do PS às próximas eleições autárquicas, “quando acusa o executivo de não saber ou não querer gerir este processo com competência e responsabilidade pública, nomeadamente o senhor presidente da Câmara e o senhor vereador da Cultura, que não quis dialogar connosco convidando-nos a sair da sua sala”.
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