“Aljustrel acarinha os que estão a investir”

“Aljustrel acarinha os que estão a investir”

No dia em que arranca mais uma edição da Feira do Campo Alentejano, o presidente da Câmara de Aljustrel fala ao “CA” sobre o dinamismo económico do concelho, onde a agricultura tem cada vez mais peso. Nelson Brito destaca ainda o facto de Aljustrel ser “um concelho amigo” do desenvolvimento económico e “um concelho que adoptou há algum tempo a iniciativa de tentar atrair investimento”.

Que representa a Feira do Campo Alentejano (FCA) para Aljustrel?
A FCA tem a característica de aglutinar os que estão fora e de ser um espaço de encontro e confraternização. Mas também um espaço de montra do que se faz durante o ano, um espaço para as novas actividades que vão aparecendo no território e, sem ser pretensioso, um espaço de orgulho dos aljustrelenses! É bom trazermos os nossos à feira e acho que trazer cá este ano os Anjos, o Sérgio e o Nelson [Rosado], tem um significado particular. Porque eles assumem a sua veia de aljustrelense. Eles têm as suas raízes aqui, são duas pessoas simples e isso tem a ver connosco. Portanto estarão em casa, não só por serem daqui mas também pela sua maneira de ser.

Mas a FCA vai além da festa ou não?
Claro que sim! A FCA é a montra daquilo que o concelho fez até aqui, mas também do que quer fazer para a frente. E o concelho tem na feira duas vertentes muito vincadas: toda aquela parte social e de convívio, mas também a “marca Aljustrel”, ou seja, aquilo que já fizemos e aquilo que queremos fazer, o nosso dinamismo empresarial e comercial, o associativismo… São três dias que dão grande visibilidade ao concelho e que são a demonstração daquilo que é capacidade de fazer deste território.

Em que medida é Aljustrel um concelho amigo do desenvolvimento económico?
É um concelho amigo [do desenvolvimento económico] e um concelho que adoptou há algum tempo a iniciativa de tentar atrair investimento e de acarinhar os que estão a investir connosco.

Há muitos investidores a consultar a Câmara Municipal com vontade de se instalarem no concelho?
Tem havido e há uma série de projectos, seja dentro da agro-indústria, dentro do sector mineiro ou dentro do mercado local.

Nestes últimos oito anos, tem ideia do volume de investimento privado realizado no concelho?
Não faço ideia… Eu próprio sou surpreendido muitas vezes com o que se investe no concelho, nomeadamente com os novos projectos agrícolas.

O actual quadro da agricultura no concelho de Aljustrel, muito associado ao Alqueva, surpreende-o?
Pessoalmente não, pois sempre fui dos que acreditei no projecto do Alqueva. Sempre tive a visão que Alqueva vinha 20 ou 30 anos atrasado. E isso hoje está mais que comprovado. Alqueva é um empreendimento fenomenal, […] que não pode parar e há pontos do território que têm de ter a presença real de Alqueva, não apenas por afinidade. Nomeadamente o Campo Branco, Mértola, Almodôvar, parte da Margem Esquerda… Estes municípios não podem ficar para trás!

Aljustrel irá ficar com cerca de 25 mil hectares regados, os “últimos” 3.000 na zona de Messejana. Em que medida é importante o avanço da água para esta zona do concelho?
É um passo importante, porque Messejana irá ganhar aquela oportunidade de que estava a falar para os outros concelhos da região. Messejana vai também ganhar essa igualdade de oportunidades em relação ao resto do território do concelho de Aljustrel. E esperamos que a partir dessa obra o concelho de Aljustrel tenha uma capacidade ainda maior de produção e de atrair investimento.

Quer dizer…
Aliás, é bom frisar que Aljustrel é um concelho que está a produzir! Não só pela questão mineira, mas também porque exporta muito em termos de produção agrícola, em termos da área de explosivos, em termos de borracha… Tudo isto faz de Aljustrel um concelho produtor, não na lógica local mas de produção para fora do país. E isso é muito importante! Aljustrel está a fazer o seu ´trabalho de casa’ naquilo que é uma das maiores necessidades do país, que é exportar mais do que importar. Contribuímos certamente para isso.

Olhando para o futuro no plano agrícola, trazer agro-indústria para a região é fundamental?
Certamente! Não podemos continuar a enviar o que produzimos aqui em contentores para fora. E esse é um dos principais problemas de Aljustrel, da região, do país… Temos de produzir mais e temos de começar a transformar esta produção no nosso território, no caso que nos toca, em Aljustrel. Porque é aí que está o valor acrescentado! Se conseguirmos fazer aqui a transformação teremos capacidade para fixar pessoas, trazer novas pessoas para o território, ser atractivos para as empresas mas também para as pessoas.

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Correio Alentejo

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