A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) esperam que o Governo atribua um “apoio mais consistente” e “equivalente ao dos produtores espanhóis” para fazer face aos prejuízos causados nas explorações pela doença da “língua azul”.
Em comunicado, a FAABA diz ter recebido “com agrado” as declarações do ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, na passada terça-feira, 11, em que este reconheceu que a medida em vigor para minimizar os prejuízos causados pela doença “tem fortes limitações por excluir a esmagadora maioria dos produtores afetados, assumindo simultaneamente que estes poderão vir a ser apoiados por outras fontes de financiamento”.
A Federação acrescenta que, “na realidade, a medida de apoio em curso revela-se inadequada para o fim a que se destina, não só por deixar de fora a grande maioria dos produtores afetados, mas também porque os prejuízos causados pela doença não se limitam à morte de ovinos adultos”.
“Os abortos ocorridos, a mortalidade em borregos jovens, os custos dos tratamentos dos muitos animais doentes e as fortes quebras do seu desempenho zootécnico representam uma tão ou mais significativa quota parte dos referidos prejuízos”, frisa a FAABA.
A par disso, continua o comunicado, nas regiões da Andaluzia e da Extremadura, em Espanha, “está a ser ultimado um apoio especial às explorações de ovinos afetadas pela ‘língua azul’”, que “deverá ter um valor próximo dos 32 euros por ovelha recenseada em 2024, não podendo o montante máximo a atribuir ultrapassar os 42.000 euros por produtor”.
Por isso, conclui a FAABA, “dada a gravidade da situação vivida em Portugal e de forma a evitar distorções no mercado que os produtores portugueses partilham com aquelas duas regiões, é de elementar justiça que seja atribuído em Portugal um apoio equivalente ao dos produtores espanhóis”.