Venda de terreno deixa população de Milfontes preocupada

Vista da Praia do Farol com a bandeira azul

O anúncio da venda de um terreno com 16 hectares, na sua maior parte numa zona de dunas, junto à foz do Rio Mira, em Vila Nova de Milfontes, deixou a população preocupada.

Embora a área de construção permitida seja de apenas 900 metros quadrados, uma parcela já urbanizada, a população mostra-se preocupada com o futuro desta zona nobre da vila turística, com uma vista privilegiada para a praia da Franquia e foz do Rio Mira a sul e várias praias marítimas a norte.

Uma parte deste terreno está em área de Domínio Público Marítimo. O acesso às praias e estacionamento é garantido a partir da avenida marginal, uma via pública construída pela Câmara de Odemira.

O terreno está à venda por 2,5 milhões de euros e dentro desta área está também localizado o farol, instalações que pertencem à Marinha e que no verão são utilizadas pelos elementos do Instituto de Socorros a Náufragos que asseguram a segurança nas praias.

Uma fonte conhecedora do processo explicou ao “CA” que, “tal como acontece noutras zonas do país, os terrenos são privados até junto da linha da costa, mas o acesso às praias e à zona do farol está garantido já que estão em área do Domínio Público Marítimo”.

“Neste caso, o Plano Diretor Municipal e o Plano de Pormenor de Vila Nova de Milfontes só permitem a construção de 900 metros quadrados, ou seja, quem comprar este terreno embora compre toda a área apenas pode construir nesta parte como está no anúncio de venda”, pelo que “alguma alteração terá de passar sempre pela Câmara Municipal de Odemira”, acrescentou.

Contactado pelo “CA”, o presidente da Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro, afirma que a autarquia, “sobre o assunto, o que tem a dizer é que está salvaguardado o interesse público em todas as suas dimensões”.

“Sendo um terreno de propriedade privada, os proprietários são livres de o vender”, mas os compradores “terão, sempre, que respeitar os instrumentos de ordenamento do território, bem como as condicionantes de utilização associadas ao interesse público”, acrescenta.

Opinião

EM DESTAQUE

ULTIMA HORA

Role para cima