A 24 de Julho de 1980 o concelho de Castro Verde (e arredores) mudou para sempre. Foi nesse dia que foi criada a Somincor-Sociedade Mineira de Neves-Corvo, empresa concessionária das minas de cobre e zinco de Neves-Corvo e sinónimo de emprego e desenvolvimento económico e social numa região onde imperava a actividade agrícola.
“São quatro décadas de compromisso com o desenvolvimento de Castro Verde, com a geração de emprego num território onde a oferta era reduzida e de valorização dos minerais existentes”, sintetiza o administrador-delegado da Somincor em declarações exclusivas ao “CA”.
Para Kenneth Norris, de 1980 a 2020 a Somincor tem percorrido “um caminho com fases diferentes, mas com um crescente compromisso com a valorização da actividade da mina, a responsabilidade social e as preocupações ambientais”. “É uma história com muitas histórias, com muitas vivências dos trabalhadores, os actuais e os anteriores, e com uma relevante evolução na forma como a actividade é desenvolvida”, resume o gestor canadiano.
Ao longo de 40 anos muita coisa mudou na Somincor. Começou como empresa do Estado e hoje integra um enorme grupo multinacional (a Lundin Mining), dando trabalho – directa e indirectamente – a cerca de 2.000 pessoas. A tecnologia utilizada é do melhor que existe no sector e toda a produção é para exportação. A aposta na sustentabilidade e na preservação do meio-ambiente são prioridades assumidas, assim como a responsabilidade social. Tudo isto faz da Somincor uma empresa única na região e uma referência mundial.
“Procuramos trabalhar para sermos referência, na produção, na segurança, na saúde, no ambiente e na interacção com as comunidades. Com o contributo individual e conjunto, temos conseguido introduzir melhorias na actividade mineira que afirmam Neves-Corvo como uma referência em Portugal e no mundo, naturalmente sujeita às dinâmicas dos mercados globais”, observa com satisfação Kenneth Norris.
Além do mais, continua o administrador-delegado da empresa, “esse esforço de melhoria e sustentação em torno de minerais que apresentam um enorme potencial de futuro, na transição energética e digital que está a acontecer, posiciona a Somincor como uma das principais exportadoras nacionais e uma referência global no sector”.
“Continuar a cumprir”
Assinalados 40 anos, são muitos os desafios que colocam no futuro da Somincor, que opera numa actividade que tem por base recursos finitos. Por isso mesmo, sublinha Kenneth Norris, o maior desafio da empresa “é o de continuar a cumprir”.
“Cumprir com os trabalhadores, as comunidades, a exigência da nossa operação e as modelações dos mercados. Trabalhamos com minerais de futuro, que fazem parte das principais transformações que estão a acontecer no mundo. O cobre e o zinco estão presentes em muitos dos produtos essenciais no presente e para o futuro. Precisamos de continuar a construir soluções de futuro”, vinca o administrador-delegado da empresa.
Mas o maior desafio do presente para Somincor (e para todas as empresas e comunidades do mundo) é mesmo superar a pandemia da Covid-19, que também afectou a operação em Neves-Corvo.
“À semelhança de muitas empresas e de instituições nacionais, a Somincor está a ser impactada com esta pandemia”, admite Kenneth Norris, garantindo que a empresa, consciente do seu “conjunto de valores para com os trabalhadores, as comunidades locais e o país”, desenvolveu, desde o início da pandemia, “o seu plano de contingência contendo um amplo conjunto de medidas de reforço da sua cultura de segurança, higiene e saúde, orientadas para a salvaguarda de quem trabalha na mina e na comunidade”, enquanto ajustou a “operação para assegurar a continuidade do negócio”.
“Mantivemos o compromisso com a região e o país, sustentando um nível de actividade em que procuramos compatibilizar a segurança, as medidas preventivas de combate à propagação da Covid-19 com a preservação dos rendimentos familiares e das dinâmicas económicas locais, regionais e nacionais”, assegura o administrador-delegado da empresa.
Kenneth Norris acrescenta que, “com os dados disponíveis”, foi possível manter “a determinação em continuar a corresponder aos diversos desafios e aos compromissos com os trabalhadores, com a região e com o país, num quadro de grande exigência nacional e internacional”. “Mantemos o foco em responder ao desafio de saúde pública como a principal prioridade e ser parte activa do esforço de recuperação após a pandemia”, conclui.