Rui Marques. “Sócios podem esperar um FC Castrense de ataque”

Rui Marques _ FCC

Jovem técnico do FC Castrense, Rui Marques, admite em entrevista ao “CA” ter ficado “surpreendido” com o convite para orientar o clube da sua terra e promete uma equipa ambiciosa, que vai “correr muito” para tentar “ganhar todos os jogos”.

Teve uma entrada “em grande” no FC Castrense, com uma vitória de 3-0, no passado domingo, 26, sobre um rival histórico como é o Mineiro Aljustrelense. Era a estreia que aspirava?

Sim, foi bom, mas ainda falta trabalharmos muito para conseguirmos aquilo que são os nossos objetivos e o nosso nível exibicional, que ainda não esteve dentro daquilo que queremos que venha a estar no futuro. Mas para início foi muito bom!

Estava ao serviço do Figueirense, na 2ª divisão distrital, e surgiu o convite do FC Castrense. Foi irrecusável?

Acima de tudo, foi repentino! Surgiu de um dia para o outro e, depois, era o único telefonema que não podia receber neste momento. Estava bem claro na minha cabeça que iria dizer que não a todas as equipas que tentassem [contratar-me], se tentassem. Mas este convite foi o único que me fez balançar…

Porquê?
Por ser o FC Castrense, por ser de Castro Verde, por ter feito aqui toda a minha formação enquanto jogador… Depois houve um entendimento entre os clubes e a partir daí tornou-se mais fácil.

Quando recebeu o telefonema do FC Castrense ficou surpreendido pelo convite e pelo momento?

Surpreendeu-me o momento, surpreendeu-me o convite, surpreendeu-me o facto de passar de um clube de pelado para, a meu ver, o maior clube do distrito de Beja. Tudo isso me surpreendeu, mas em todo o meu percurso tentei sempre estar preparado para quando a oportunidade chegasse. Ao longo destes oito anos em que andei por fora tentei preparar-me ao máximo para que no dia em que aparecesse este convite estivesse com capacidades suficientes para o poder abraçar.

Não o atemoriza esta “salto de gigante” que é passar de um modesto clube da 2ª divisão distrital para um candidato ao título e à subida aos nacionais?

Não, até porque passei de campeonatos nacionais para campeonatos distritais, ganhei campeonatos distritais, voltei aos nacionais e no ano em que descemos passei para um campo pelado. Aqui o salto é ao contrário, é para melhor, e aquilo que tenho de fazer é estar preparado e olhar para estes sete anos que passaram, retirar o máximo de conhecimento deles e tentar aplicá-los aqui.

Sou de Castro Verde, fiz aqui toda a minha formação e sei bem o que é estar no FC Castrense, o que o clube representa para o distrito e para os castrenses, e aquilo que tem de se fazer num clube como o FC Castrense.

O que lhe pediu a direção do FC Castrense?

A direção não precisa de pedir! Sou de Castro Verde, fiz aqui toda a minha formação e sei bem o que é estar no FC Castrense, o que o clube representa para o distrito e para os castrenses, e aquilo que tem de se fazer num clube como o FC Castrense. O meu principal objetivo é jogar um futebol que toda a gente goste de ver, que se identifique com aquilo que é a equipa dentro e fora do campo e, depois, pensar em ganhar todos os jogos.

O título e a subida ao Campeonato de Portugal está no vosso horizonte?

Se tivermos essa oportunidade, certamente que não iremos dizer que não. Mas temos ainda uma segunda volta inteira para fazer e estamos a um ponto do primeiro lugar.

O que espera do campeonato? Como antevê esta segunda metade de época?

Considero que há quatro equipas muito fortes nesta competição e elas estão nos lugares cimeiros. E depois há equipas no meio da tabela que podem tirar muitos pontos a quem está no topo, pois têm muito bons jogadores, estão bem estruturadas e orientadas. Vamos tentar fazer uma segunda volta com o maior número de pontos possível.

Voltando à equipa, que podem esperar os sócios do FC Castrense do Rui Marques?

Um FC Castrense de ataque, um FC Castrense que quer recuperar a bola o mais à frente no campo possível, um FC Castrense que irá pressionar e ter vontade de correr, e um FC Castrense que, acima de tudo, quer ganhar. E para se ganhar tem de se correr muito! Ninguém ganha sem correr e é isso que vamos tentar fazer.

Tem estado sempre muito ligado à formação. Será também uma aposta sua no FC Castrense, ou seja, vai dar oportunidade aos mais jovens?

Ao longo do meu percurso nunca quis saltar etapas, nunca quis treinar seniores sem treinar os infantis, os iniciados, os juvenis, os juniores… Fiz esse trajeto com um leque de seis ou sete jogadores que me acompanharam sempre e estes, quando chegaram a seniores, também tiveram a sua oportunidade de jogar, apesar de ser na 2ª distrital. Num clube como o FC Castrense, o número de atletas na formação é muito maior e a quantidade de jogadores com qualidade também é maior e nós vamos olhar para eles. Neste momento, temos três ou quatro jogadores que estão a treinar connosco no plantel sénior e há sempre oportunidade para estarem cá mais jogadores.

A título pessoal, e dado este “passo”, quais são as suas ambições futuras como treinador?

Nunca tive grandes ambições nem chegar aqui era uma grande ambição. Fui fazendo o meu caminho aos poucos e conforme as oportunidades iam surgindo, tentava perceber se estava preparado ou não para elas. Se estivesse preparado aceitava, caso contrário não. Se fosse para algo semelhante ao que estava a fazer e se estivesse bem onde estava, também não aceitava… Daí dizer que este convite foi repentino e irrecusável! Portanto, não traço grandes objetivos quanto ao futuro. Neste momento estou cá, é aqui que quero continuar o meu trabalho, aprender mais, ensinar o que já aprendi e a minha forma de ver o jogo. O que vier a seguir virá, mas se não vier também não há qualquer problema.

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