Os vereadores do PS na Câmara de Beja consideram que o orçamento da autarquia para o próximo ano, aprovado pela maioria CDU com a abstenção dos socialistas, “é um dó de alma”. Em comunicado, os eleitos do PS afirmam que para 2017 a autarquia terá “um orçamento cinzento, completamente ao arrepio do slogan municipal, com pouca alma e quase nenhuma criatividade”.
Os socialistas recordam que durante os três primeiros anos “o grande marco” foi a demolição do reservatório da Praça da República e a requalificação da rua General Teófilo da Trindade, ficando por resolver a degradação do Mercado Municipal, fazer a requalificação da Biblioteca ou revitalizar a Casa da Cultura.
Quanto ao orçamento para 2017, os vereadores do PS sublinham que o acréscimo “mais significiativo” vai para o reforço das verbas para arruamentos, estradas e caminhos, “que naturalmente necessários, assumem exagerada proporção, numa postura desequilibrada de tudo ou nada”.
“Se durante três anos não foram cumpridos os objetivos a que o executivo da CDU se propôs inicialmente, das duas uma: ou não vai conseguir cumprir o caderno de encargos que o orçamento de 2017 constitui, […] ou, por outro lado, tem-se estado a manter uma aparente estagnação para aplicar o velho modelo de apresentar trabalho no último ano, estratégia arriscada e contraproducente, eventualmente com sucesso, apenas ao nível eleitoral, no passado e em outros municípios, mas que em nada dignifica a acção municipal e não pode mais suportar a gestão de uma capital de distrito nos dias de hoje que se pretende moderna, competitiva, próspera e cosmopolita”, afirma os socialistas.
Os vereadores do PS acrescentam ainda que a sua abstenção na votação do orçamento “pretende exactamente sinalizar essa dúvida: a dúvida de se conseguir cumprir com aquilo que ainda não foi feito”.
“Certo é que para cumprir o prometido neste orçamento, muito próximo de um manifesto eleitoral sem prova dada que o sustente, será preciso que em menos de um ano o executivo CDU faça mais do dobro, talvez o triplo, do que fez nos três anos já passados, com pouco critério, desconhecendo-se as prioridades ou perante uma ausência de estratégia de desenvolvimento e de futuro”, conclui o PS.
