Desde o dia 5 de maio que todo o distrito de Beja está em situação de seca, por intermédio de despacho assinado pela ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes.
Uma situação que causa grandes problemas a todo o setor agrícola da região, mesmo aquele que é beneficiado pelo Alqueva, diz o presidente da Associação de Beneficiários do Roxo (ABRoxo), António Parreira, afiançando que as chuvas das últimas semanas “não vieram resolver nada, até porque vieram fora de tempo”.
Nesse sentido, António Parreira defende como prioridade o armazenamento da água “quando chove”, o que, na sua opinião, “passa por fazer barragens”. “É uma coisa que muita gente não gosta de ouvir, mas que é a única solução para o nosso país e para o clima que temos”, argumenta.
Na opinião do presidente da ABRoxo, no Baixo Alentejo (e no resto do país) “temos de saber viver com a seca”, mas também “podemos ter algumas ações para atenuar estes anos de seca”.
Como? “Indo à procura de outras fontes de água, fazendo barragens e transvases”, responde de imediato, dando como exemplo o projeto de fazer um transvase da ribeira de Terges e Cobres para o Roxo, que a associação idealizou em 2004 e que agora pretende retomar, tendo sido proposto recentemente junto da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.
“É um projeto simples, que nos permitira meter na albufeira, todos os anos, 15 milhões de m3 [de água] num ano médio e 20 milhões de m3 num ano húmido, o que tornaria o Roxo quase autossuficiente sem necessidade de Alqueva. É nisto que temos de pensar”, diz.